O padrão tradicional que tipifica a "essência" masculina não admite incertezas, na melhor das hipóteses, a incerteza e desconforto; na pior, um potencial de perigo. Não obstante, produzir confusão e sustentar alguma dúvida pode significar pôr sob suspeita a orientação heterossexual masculina (Giffin e Cavalcanti apud Seffner, 2003).
"Se descubro que um de meus jogadores é gay, eu rapidamente me livro dele" (Luiz Felipe Scolari)
O ânus é um órgão que, para o heterossexual, deve ter unicamente a função excretória, e que, junto à vigilância de não se efeminar, compõe as obrigações fundantes do masculino. Desde tenra idade, são estas pré-condições que fazem o menino, na sua identidade de gênero, perceber-se diferente e superior ao homossexual "passivo" e a mulher. Tomando por base estas ilustrações, pode-se deduzir que o homossexual "passivo" é aquele sujeito que subverte essa ordem, e elege o ânus, além da sua função fisiológica, como fonte de erotismo e gozo sexual. E, ainda fere um outro princípio masculino, por não apresentar atributos masculinos e desejo sexual pelo sexo oposto, que enfatizam o homem viril. Do contrário, ele manifesta trejeitos e maneirismos que são típicos do feminino, ou seja, ele se efemina.
Talvez, a questão da virgindade anal associada à masculinidade seja um tabu mundial. No entanto, parece mais acentuado nos países de cultura machista a exemplo do Brasil.
A pós-modernidade é tipicamente a cultura da emancipação individual estendida a todas as idades e sexo (Lipovetsky, 2005), Todavia, esta mudança liberal ainda suscita o arcaico, a exemplo do uso do ânus como órgão sexual de prazer que, para o homem, está vetado, uma vez que essa modalidade erógena e sexual está fortemente vinculada à conduta homossexual, no caso, "passiva", e a visibilidade do estigma, ambos socialmente condenados. O homem para ser macho tem que, no uso do seu corpo, recorrer unicamente ao seu pênis como instrumento e meio de prazer, para que não deslize para a sexualidade do "diferente".
Para Deleuze (2004), os interesses somente serão revolucionários, quando desejo e máquina não se tornarem únicos, e se voltarem contra os chamados dados naturais da sociedade capitalista. Com base nesse autor, pode se pensar em que o comportamento homossexual assumido ou com "visibilidade do estigma" concretiza-se como um tipo específico de revolução. Uma vez que esse indivíduo pode negar essa condição ou passar incólume com a "fachada" de heterossexual. Não é uma atitude anárquica desnudar o próprio desejo proibido perante "olhar público", contrariando as vertentes biológica, social, cultural e outras, com todos os riscos em que isto implica? Nesse sentido, certamente, não se constitui numa tarefa fácil renunciar a uma representação de si com qualidades extraordinárias e promessas grandiosas que, durante anos, lhes serviram de modelo (Nolasco, 1986)."
Eis um bom resumo do artigo intitulado "A visibilidade do suposto passivo: uma atitude revolucionária do homossexual masculino" de Valdeci Gonçalves da Silva, Professor Titular do Departamento de Psicologia da UEPB.
Disponivel em sua íntegra em:http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482007000100006

A palavra CU monossilabico escatológico incomoda muitos LGBT que preferem sustentar em princÍpios de rechaços do comportamento passional do gay ou o silêncio pelo incomodo de citar uma área erógena que não lhe é permitido ao prazer, tabulizando e contribuíndo a opressão da sexualidade humana, ou será como um exame de próstata, algo que ocorre mais jamais divulgado.
Alias,
Que olho é esse?
Em 1973, o compositor Tom Zé lançou pela gravadora Continental o LP "Todos os Olhos".
A capa está reproduzida ao lado, e por muito tempo trazia um enigma: que olho era esse?
Segundo o próprio Tom Zé ninguém nunca chegou a descobrir do que se tratava, até que ele mesmo resolveu contar e solucionar o enigma.
Para contextualizar melhor, deve-se lembrar que a época era de plena ditadura militar no Brasil e que várias músicas dele já haviam sido censuradas.
Seu amigo, o poeta Décio Pignatari, propôs:
"Vamos sacanear estes caras... Por que não colocamos um cu na capa?".
Tom Zé com certa relutância falou:
"Tá maluco, como vamos fazer isso, vamos ser presos!"
Depois de descobrir a maneira como seria feito, topou.
Décio então, arrumou a "modelo", colocou uma bola de gude "lá" e fotografou em foco fechado.
O resultado foi exposto nas vitrines das lojas e a censura nem imaginou do que se tratava.
Lembrem que nesta época não havia os recursos de computador que temos hoje... portanto...
A FOTO é VERÍDICA!!!
*(com a colaboração de Fukumaru, da comunidade Racismo e Homofobia Nunca, do Orkut)
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