terça-feira, 30 de novembro de 2010

DISQUE 100 Contra a homofobia


O Disque 100, serviço de captação de denúncias de violência praticada contra crianças e adolescentes, passará a receber também outros tipos de denúncias, inclusive de violência praticada contra homossexuais, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. A afirmação foi feita por Erasto Fortes Mendonça, Diretor de Promoção de Direitos Humanos da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, durante seminário na Câmara que debateu o aumento da violência contra a população LGBT.

O representante da Secretaria de Direitos humanos revelou ainda que o secretário Paulo Vannuchi, se reuniu com o Conselho Nacional de Educação e formalizou pedido de inclusão da disciplina de Direitos Humanos nas grades curriculares em todos os níveis de ensino. “Temos a convicção de que precisamos ampliar a consciência das crianças e dos jovens para o respeito à dignidade das pessoas. Apenas com o aprendizado do respeito aos direitos humanos poderemos diminuir a violência contra a comunidade LGBT”, afirmou.

Na avaliação do antropólogo, historiador e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, as causas da violência contra homossexuais no Brasil têm raízes históricas. “Essa violência vem do nosso passado colonial e escravista onde uma minoria de homens brancos detinha todo o poder e era preciso ser super macho e viril para manter mais de 80% da população oprimida”, explicou o antropólogo. Ele lembrou que as estatísticas colocam o Brasil na liderança mundial de assassinatos praticadas contra homossexuais.

Durante o seminário, duas mães, cujos filhos sofreram violência, reivindicaram penas mais duras para crimes contra homossexuais. “É preciso que essa casa parlamentar, que representa a diversidade regional e política do país, aprove leis que deem mais segurança aos jovens homossexuais”, afirmou Angélica Ivo, mãe do adolescente, Alexandre Ivo, assassinado em São Gonçalo (RJ) no início do ano. Também presente ao encontro, Viviane Marques, mãe do jovem baleado por militares no parque Garota de Ipanema, pediu o fim do preconceito. “As pessoas precisam aceitar as outras do jeito que elas são. Por isso apoio a criminalização a homofobia”, afirmou.

O presidente da Comissão de Legislação Participativa da Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), defendeu uma campanha nacional em prol da aprovação da criminalização da homofobia. “É preciso que parlamentares e entidades que apoiam os direitos da comunidade LGBT pressionem o Senado para que aprove a lei criminalizando a homofobia no país.”, defendeu. Ao concordar com a aprovação desta proposta, o deputado Luiz Couto (PT-PB), disse que “a convivência e o respeito deve ser a palavra de ordem que norteie a atitude da sociedade em relação à comunidade LGBT”.

Fonte: 24h de combate à homofobia.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Assexuados também amam


Revista Marie Clair levanta um tema muito interessante e que merece ser abordado num espaço que se dedica a Diversidade Sexual: as pessoas que não gostam de transar. Logo após , deixo minha opinião sobre mais esse polêmico tema. O leitor também está convidado a nos brindar com seu ponto-de-vista.


Os assexuados: conheça a tribo que defende o direito de não transar

Michael Doré tem 28 anos e nunca beijou. Nem pretende. Beijos, carinhos e qualquer forma de contato íntimo lhe causam repulsa. “O sexo me enoja”, diz. “Sou um assexual convicto.” É quase impossível imaginar que um cara como ele, charmoso, bem-sucedido — é um matemático norueguês e PhD da Universidade de Birmingham, na Inglaterra —, sequer pense em transar. Ainda mais nos dias de hoje, em que sexo e orgasmo são quase uma obrigação. E, antes que você se pergunte o que há de errado com Michael, ele mesmo responde: “Não, não sou gay, não fui abusado na infância, nem tenho problemas hormonais. Eu simplesmente não gosto de transar”. Assim como ele, a pedagoga mineira Rosângela Pereira dos Santos, o bancário americano Keith Walker e uma legião de assexuados dos mais diferentes cantos do planeta começam a sair do armário. São homens e mulheres de todas as idades, perfeitamente capazes de fazer sexo, mas sem nenhum apreço pela coisa. Gente que, graças ao apoio da Aven (Asexual Visibility and Education Network), rede que luta pela visibilidade dos assexuados no mundo, conseguiu se unir para levantar a bandeira da abstinência e lutar para que a assexualidade seja reconhecida como uma quarta orientação sexual (além de héteros, homos e bissexuais).

Sob o slogan “It’s o.k. to be A” (algo como “tudo bem ser assexuado”), essa turma tem frequentado as passeatas gays de Nova York, São Francisco, Londres e Manchester. No grupo, lutando contra o preconceito em relação aos que não gostam de transar, há desde aqueles que nunca tiveram uma relação sexual na vida, até os que fazem sexo por obrigação, para não perder o parceiro. “Por assexual entende-se apenas aquele que não sente atração sexual, não o que não é capaz de se envolver”, explica a socióloga Elisabete Oliveira, que fez do assunto tema de seu doutorado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. “Existem os assexuais românticos e os não românticos. O primeiro grupo consegue se apaixonar, casar e até ter filhos — desde que não haja sexo envolvido. O segundo não gosta de carinhos e não se sente apto a se apaixonar.”
A libido é uma energia vital que pode ser canalizada para o trabalho

Esses dois grupos também podem ser classificados como libidinosos ou não. “Ser assexual não significa, necessariamente, não ficar excitado”, afirma o bancário americano Keith Walker, 37 anos. “Muitos de nós se masturbam, mas não estabelecem relação entre isso e o sexo. É apenas uma maneira de relaxar e aliviar o stress”, diz. Segundo a psicóloga paulista Tânia Mauadie Santana, hoje é comum que a energia que antes era sexual seja canalizada para outras áreas da vida. “A libido é uma energia vital, o que não necessariamente se manifesta só nos órgãos sexuais. O desejo pode ser direcionado para o trabalho, a comida e as atividades físicas”, diz.

Com as recentes investidas no chamado Viagra feminino — comprimido à base de flibanserina que promete devolver a libido à mulher que a perdeu e apresentá-la a que nunca teve —, a comunidade médica tem falado muito em “desejo sexual hipoativo”. O termo, catalogado há mais de 30 anos pela Organização Mundial da Saúde como uma “disfunção sexual”, tem conotação pejorativa para assexuados, que, com razão, não querem ser vistos como doentes. “Quem pratica sexo costuma ter humor melhor, pois o ato libera hormônios de ação antidepressiva. Mas a falta dele não chega a ser um problema de saúde. Ninguém vai morrer por isso”, afirma Tânia Santana. Segundo o psiquiatra Alexandre Saadeh, a assexualidade só requer tratamento quando gera sofrimento. “Se a falta de desejo ou o excesso dele impedir alguém de ser feliz, aí, sim, deve-se falar em tratamento. Caso contrário, não há por quê”, afirma o médico.

(...)

Nas poucas vezes em que tentei falar sobre o assunto com pessoas próximas, sei que me rotulavam como o estereótipo de garota esquisita, complexada, isolada, coisa que eu não sou! Não foram momentos fáceis. Hoje em dia, só amigas mais íntimas sabem de minha ‘situação’. Faz pouco tempo, cerca de um ano, que finalmente me descobri como assexual. Foi através de pesquisas na internet: procurando entender melhor meu comportamento ‘diferente’, encontrei, em fóruns de discussão, pessoas como eu. Percebi que não estava sozinha! Apesar de ser um alívio pessoal, sei que não posso falar sobre esse assunto com qualquer pessoa. Minha família, por exemplo, não faz ideia do que seja a assexualidade — e tenho certeza que a maior parte dos brasileiros também não. Até cinco anos atrás, por exemplo, ao digitar a palavra “assexual” no Google, só apareciam artigos sobre amebas e bactérias.”


Aconselho o leitor a dar uma boa olhada no texto completo:
FONTE:http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI186425-17596,00-OS+ASSEXUADOS+CONHECA+A+TRIBO+QUE+DEFENDE+O+DIREITO+DE+NAO+TRANSAR.html

Pois bem, apresentarei agora alguns apontamentos. Acho extremamente útil o debate a respeito das Diversidades e defendo a ampliação da Sopa de Letrinhas (LGBT) uma vez que ela não dá conta de reunir todos os conceitos e possiblidades de alcançar o prazer e a auto-realização. Mas discordo quando se diz em incluir os Assexuados como um "quarto grupo". Primeiro há de se incluir outros grupos que estão a mais tempo na fila, conceitos que digamos, muito me contemplam e estão a bem mais tempo "na fila", como os "T-Lovers", "Intersexuais",os "Romanticos", "Monogãmicos", etc... nossa, haja alfabeto !

Em segundo lugar, que história mais doida é essa, de ficar patologizando a sexualidade alheia, Dr. Alexandre Saadeh? Estamos de olho no senhor...

Por hoje é só pessoal!
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E viva o orgasmo (do jeito que achar melhor)!!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Neste clima de violência urbana transmitida pela televisão, uma pergunta: como vive o homossexual morador de Favela no Rio de Janeiro?


(Por Carlos Alexandre Neves Lira"

FONTE:http://carlosalexlima.blogspot.com/2010/11/neste-clima-de-violencia-urbana.html

O post de hoje não será inédito, mas antes um ponto-de-vista bem interessante, uma tentativa de situar a questão LGBT dentro do atual caos, a crise de violência urbana que se abate sobre o Rio de Janeiro:

O Rio de Janeiro ganhou no ano passado primeiro lugar de destino gay numa votação internacional e também em outra eleição como sendo o local mais feliz.

Isto não é bom apenas para o Rio de Janeiro, mas para o Brasil e especialmente para LGBTs nacionais. A entrada de divisas é uma língua que as autoridades públicas entendem e reconhecem, por conseguinte, estes ganhos contribuem para visibilidade e reconhecimento do Estado acerca da existência deste segmento na sociedade.

Infelizmente, o Rio de Janeiro de hoje televisionado mostra uma outra faceta também existente, a da violência urbana, centenas de marginais integrantes de diferentes facções ocupando a Favela do Cruzeiro e outras comunidades, criando um clima de absurdo terror para toda a sociedade, mas em especial para os moradores daqueles locais. A violência no asfalto é grave, mas mais pontual, veículos incendiados e terrorismo, já aquela da Favela apesar de crônica, permanente, é ainda mais concentrada e perversa.

No Rio, como se sabe, o Comando Vermelho surgiu no antigo presídio da Ilha Grande, nos primeiros anos da década de 70, fruto da convivência de presos comuns e presos políticos. Depois surgiram diferentes facções.

Podemos dizer que a violência de hoje é resultado da falta do cumprimento dos deveres e garantias sociais do estado e daquele antigo regime de ditadura.

O Rio de Janeiro conhecido pelos seus morros verdes e o mar, favoreceu, topograficamente e clima (entre outros fatores), o surgimento de favelas.

E foi lá, nas favelas cariocas, onde se concentram os principais desfavorecidos e discriminados que a marginalidade, também oriunda do total descaso social, estrategicamente se estabeleceu e passou a dominar aquele especifico território.

Dificilmente um carioca já não subiu uma favela. Já estive em três pelo menos, mas só posso realmente dizer que conheci, ainda que parcialmente, a Rocinha. A maior favela da América do Sul. Dificilmente também alguém que tenha subido um morro já não tenha avistado um marginal armado.

A maioria absoluta dos moradores são pessoas trabalhadoras e honestas, mas a “marca” da favela para quem não vive por lá é e continua sendo como domicílio dos pobres, gangues e marginais.

Óbvio que em toda favela possuem homossexuais. A orientação sexual também não escolhe local.

A mero título de exemplo, basta comparecer a um ensaio da escola de samba destas comunidades que se descobre uma imensa quantidade de gays, lésbicas e travestis oriundos de favelas.

Neste mundo atual tão globalizado e com recursos de tecnologia, a tarde toda assistir na principal rede de televisão os “bandidos” e “mocinhos” fortemente armados, tanques de guerra, carros blindados, caveirão, helicópteros, carros, pneus incendiados, centenas de policiais e assustadoramente centena de marginais, parece mais sessão da tarde exibindo o filme Tropa de Elite – Sem ficção.

Para aqueles que moram no Rio de Janeiro a visão e sentido não são os mesmos, imaginem então para quem mora nestas favelas? Filhos da pátria pobres, grande maioria negra, frágeis. Vivem a discriminação na pele, pela condição social e local onde moram. A polícia chega e, evidente, tem que passar o pente fino, pois ninguém traz na testa se é honesto ou marginal, mas isto não faz com que deixe de ser humilhante. Se não morasse ali não passaria por tal constrangimento. Ao mesmo tempo, o bandido e a milícia abordam e o morador tem que agüentar e se calar, pois depois quem manda e cuida do local são eles.

Ninguém respeita o morador da favela, mas nesta guerra formada, nenhuma das três pontas deste triangulo possui escolha. O bandido quer se salvar e passa por cima de qualquer um, a polícia quer prender, tem que entrar e verificar, e o cidadão morador tem que suportar, já que a ele não é dada nenhuma escolha. Quer tentar entender, basta pensar que o seu lar é, em regra, o local que quando chega, significa a sua segurança, proteção. Não para quem mora numa favela.

E agora lhe pergunto: e os gays, lésbicas e transgêneros que moram nestas favelas? A “escória” da “escória” nos padrões culturais machistas, religiosos e de deputados insanos que afirmam ser falta de porrada? Como estas pessoas que mesmo sem invasão de polícia já viviam sob o crivo de bandidos a ameaça as suas vidas, por conta de suas orientações sexuais? A pobreza está ainda muito ligada a falta de acesso da boa formação, a qual seria uma das únicas expectativas de um futuro melhor. Mas se a toda discriminação do morador de favela ainda tiver que ser acrescido este plus, da violência e discriminação aos LGBTs, como agora eles estarão?

Dentro do universo de quem mora numa favela, sempre encontraremos aqueles que lutam por direitos humanos que reclamarão pelos direitos das minorias dos negros, das mulheres, dos adolescentes, idosos e etc.

No movimento social LGBT muito se discute sobre os imprescindíveis direitos de igualdade e da dignidade da pessoa humana, mas deveríamos prestar uma especial atenção àqueles que conseguem sofrer uma discriminação ainda maior que o restante de nós.

Diante desta confrontação, quase beira ao ridículo quando gritamos pela união civil, direito de demonstração de afeto nos lugares públicos e tantos outros direitos. Para a maioria deles isto nada mais é que supérfluo. Não que tais direitos não sejam fundamentais e não se refiram a dignidade. São e precisam ser exigidos. Mas nada se compara a profundidade ao mesmo direito à dignidade da pessoa humana reclamada por estes cidadãos.

Se este terrível evento no Rio de Janeiro servir para algo de bom, que seja para fomentar a reflexão e reforçar a ação do movimento social contribuindo, através de sua aparente organicidade, a cobrança junto às autoridades públicas municipais, estaduais e federais para que os devidos acessos sejam garantidos a estes LGBTs.

Temos a obrigação de ajudar a cobrar do Estado.

Sei que no ano passado até houve um Seminário de Políticas Públicas para População LGBT Moradora de Favelas, envolvendo a ‘Conexão G’, que este ano houve a primeira passeata gay da Favela da Rocinha, que há Passeata Gay da Favela da Maré, mas sinceramente não faço a menor idéia é feito em termos práticos para a população LGBT da favela. Se alguém souber, partilhe conosco! Fica aqui minha solidariedade aos homossexuais moradores das favelas cariocas.


Fotos:
Rapazes se Beijando - 1a. Parada Gay da Rocinha/RJ -de Saulo Cruz
Policiais e Tiro - Favela Vila do Cruzeiro/RJ - G1

sábado, 20 de novembro de 2010

Sessão Pinkpoca= "Desirella"


Curta de animação apresentado no dia anterior a abertura do ENUDS 2010. Quem chegou só no dia da abertura (ou nem foi) pode conferir agora:



Trata-se de uma nova versão da Cinderella, mais contemporânea e realista, um bem sacada crítica ao consumismo e ao vazio exitencial do cotidiano feminino.

Delicie-se

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mostra em Curitiba apresenta filmes com temática LGBT


Acontece de 17 a 23 de novembro (de hoje a terça-feira) na Cinemateca de Curitiba a 5ª Mostra de Cinema em Direitos Humanos, apresentando diversas obras que versam sobre combate a tortura, democracia e e direitos humanos, respeito às diversidades, solidariedade intergeracional, direitos da criança e do adolescentes. O evento contará com 4 produções entre nacionais e internacionais dedicados a temática da diversidade sexual e de gênero.

Em 2010, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul completa cinco anos. Criada em 2006 para celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos a Mostra vem se firmando como um espaço de reflexão, inspiração e promoção do respeito à dignidade intrínseca da pessoa humana.

Organize-se. Marque na sua agenda:

ATENÇÃO: Os filmes serão exibidos em blocos, portanto os horários poderão variar um pouco

O QUARTO DE LEO- Enrique Buchichio (Uruguai/ Argentina, 95 min, 2009- filme)
Dia 20/11 a partir das 14:00 horas.
(Classificação indicativa: 14 anos.)

SINOPSE: Leo, um jovem em pleno processo de autoaceitação e definição sexual, reencontra-se com Caro, uma ex-colega de escola primária de quem gostava quando eram crianças, e que agora vive sua própria crise pessoal. Este reencontro casual terá repercussões nos conflitos de cada um, sem que nenhum deles saiba realmente o que acontece com o outro.

BAILÃO- Marcelo Caetano (Brasil,17 min, 2009- documentário)
Dia 21/11 as 16:00 horas

SINOPSE: A memória de uma geração visitada por seus personagens. O cenário é o centro de uma grande cidade; o enredo, a urgência da vida. E o Bailão, o ponto de convergência dessas histórias.

EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO - Daniel Ribeiro (Brasil, 17 min, 2010, fic)
Dia 21/11 as 20:00 horas

SINOPSE: A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.

XXY- Lucia Puenzo (Argentina/França/Espanha, 86 min, filme)
Dia 23/11 as 20 horas
(Classificação indicativa: 16 anos.)

SINOPSE: Alex nasceu com as características sexuais de ambos os sexos e, para fugir dos médicos que insistiam em corrigir a ambigüidade genital da criança, seus pais a levam para um vilarejo no Uruguai. Convencidos de que uma cirurgia seria uma violência contra seu corpo, eles vivem retirados numa casa nas dunas. Um dia, recebem a visita de um casal de amigos, que traz com eles o filho adolescente. O pai visitante é especialista em cirurgia estética e se interessa pelo caso clínico da jovem. Enquanto isso, Alex, de 15 anos, e o rapaz, de 16, sentem-se atraídos um pelo outro.

LOCAL:Cinemateca de Curitiba-Rua Carlos Cavalcanti, 1174 - Sao Francisco
Site: http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/espacos-culturais/espaco/cinemateca-de-curitiba

Confira a programação completa:
http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2010/curitiba.php#atalhos


Sinopses:http://www.adufpi.org.br/noticias/5a-mostra-de-cinema-e-direitos-humanos-na-america-do-sul

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Defensores da "liberdade de expressão" agitam abaixo-assinado para censurar filme


Recebi este material por e-mail a algumas semanas atras, acompanhado de mais de 600 assinaturas (isso mesmo, mais de seiscentas!)

Olá pessoal,
O filme intitulado 'Corpus Christis' (O Corpo de Cristo),que vai sair em breve na América do Norte, mostra Jesus mantendo relações homossexuais com os seus discípulos. A versão teatral já se apresentou. É uma paródia repugnante de Jesus.
Uma ação concentrada da nossa parte poderia mudar as coisas. Você aceita juntar o seu nome no fim da lista?
Em caso afirmativo, poderíamos evitar a projeção deste filme no Brasil e até em outros paises. Este filme nega a verdade da Palavra de Deus.

PRECISAMOS DE MUITOS NOMES em adesão a esta proposta para evitar a exibição do filme.
Na Bíblia está escrito: "Quem me confessar diante dos Homens, Eu o confessarei Diante de meu Pai, que está nos Céus."(Mt 10.32). "Mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus."(Mt 10.33)


Acho a circulação desse tipo de campanha extremamente perigosa, pois cria um clima de perseguição intelectual e repressão geeralizada, no qual as pessoas perdem o direito de expor suas idéias, por mais "heterodoxas" que estas sejam, em nome de uma suposta "Verdade". E ainda criticam o "fanatismo" dos talibãs e dos aiatolás. Além disso, qual o problema de se apresentar uma versão do Evangelho devidamente comprovada pelo Luis MOtt?

(hahahahaha, pegadinha do malandro)

O texto não passa de um "hoax" (boato) lançado na internet a muitos anos atras. Notem que nesse site evangélico já se denunciava o engodo. Reparem que pouca gente levava a coisa a sério no longinquo ano de 2008. Mas mesmo assim, 600 pessoas participarem de uma campanha para obstruir o direito de expressão alheio -sendo que pelo menos uma delas conheço pessoalmente- é um ascinte.

Pense nisso.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sessão Pinkpoca (com denúncia)= "Ser feliz incomoda muita gente"

(por Dorothy Lavigne)

A Sessão Pinkpoka de hoje não vai ser "fofinha". Trata-se de uma violencia que ainda ocorre na vida de muitos jovens LGBT, quase 2 décadas depois da retirada da homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID-10):




Pra quem não entendeu o video, a Unicamp, uma das mais tradicionais instituições de ensino superior desse pais, lugar onde produz conhecimento a "nata intelectual brasileira", esta entrando com processo contra uma estudante:

Motivo: no dia posterior ao 8º ENUDS, teve o atrevimento de espalhar cartazes e material de cunho "pornografico" naquela universidade. Afinal, onde já se viu uma aluna respeitável obrigar os colegas a verem palavras de baixo-calão, como

"vamos rifar os corpos" (claro, pois naõ vivemos numa sociedade machista e nunca se viu uma estudante ser rifada num trote),

"você tb mata uma travesti com seu preconceito",

"(...) fode mas não deixa gozar"

Agora, juro que não entendi o final do video. Parece que os familiares querem internar a garota numa clinica psiquiatrica.
Será que estaria sendo internada a contra-gosto, por participar de um evento tão "promíscuo" e "imoral"? Peraí, o homossexualidade não foi despatologizada a quase 20 anos atras?
Ou será que acharam o ato subversivo demais? Nesse caso acho que precisam avisar ao Magnifico Senhor Reitor da Unicamp e a Policia de Bons Costumes que a Ditadura já acabou.

E prinicipalmente; quem vai tomar alguma atitude?

Pra quem acha que exagero no ironia e nas criticas, leia a repercussão do caso no site do PCO:

"A estudante divulgava um ato pela diversidade sexual na entrada de carros da portaria dois da Unicamp, no dia 14 de outubro. “Ao amanhecer a vigilância do campus foi chamada e retiraram todos os cartazes, já para a Janis, chamaram o SAMU, que a encaminhou para o Hospital das Clínicas, onde foi medicada, dopada, amarrada e internada.” (Manifesto da Janis)

Segundo o Receituário do Hospital das Clínicas, a “paciente foi trazida pelo SAMU em 14/10/10, pois estava no campus da Unicamp FAZENDO PROTESTO pelas minorias homossexuais”.


Força na peruca!
Deixa ai seu apoio nos comentarios.

Universidade Federal de Santa Catarina debateu transexualidades e patologização das identidades trans

Ocorreu na última quarta-feira, dia 03 de novembro, na Universidade Federal de Santa Catarina, o debate sobre "Transexualidades e Patologização das Identidades", promovido pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS), coordenado pela professora Miriam Pillar Grossi. Participaram do debate Simone Ávila, doutoranda interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC, que estuda transexaulidades masculinas, Kelly Vieira, presidente da Associação ADEH - NOSTRO MUNDO (Associação de Travestis e Transexuais da Grande Florianópolis) e um acadêmico de Ciência Sociais de uma universidade federal, transhomem.



O debate insere a UFSC na campanha internacional pela luta contra a patologização das identidades trans, Stop Patologização da Identidades Trans 2012.



Simone Ávila apresentou os principais conflitos e dilemas que envolvem o tema, na perspectiva do espanhol Gerard Coll-Planas: não há consenso dentro da própria comunidade trans acerca das reivindicações da despatologização; a abordagem e a conveniência da luta em distintos contextos sociais, por um lado a Amarica Latina e, por outro, Estados Unidos e Europa; o ativismo trans estabelece um interessante debate com o feminismo a partir do momento em que afirma que a questão da patologização é um exemplo de reprodução de sexismo, e, portanto, se constitui em uma causa comum, discutindo sobre o sujeito político do feminismo e , o outro conflito é o discurso médico dominante.



Para Kelly Vieira, a patologização trans obriga as pessoas trans a se encaixarem em uma norma heterossexual e a produção da maioria das pesquisas acadêmicas reforça esta idéia. Para ela, o que deve ser debatido é a individualidade e subjetividade de cada pessoa e diz que os programas de mudança de sexo também obrigam as transexuais a adotarem uma "identidade feminina da mulher branca burguesa, não dando espaço para outras manifestações ou expressões da transexualidade que não se encaixam no modelos binaristas que existem."



O acadêmico de Ciências Sociais questionou a produção de identidades fixas e o processo transexualizador do Sistema Único de Saúde: "não é justo e digno você ser taxado de doente para poder acessar este serviço e fazer as transformações que você deseja e ser o que você sempre foi. É uma barbárie! Nestes programas você tem de ser obediente e não é respeitado o seu direito de escolha. Despatologizar a transexualidade não siginifica não ter acesso à saúde e sim ter a chance das pessoas serem reais".

FONTE:http://soutranshomemedai.webnode.com/news/universidae%20federal%20de%20santa%20catarina%20debateu%20transexualidades%20e%20patologiza%C3%A7%C3%A3o%20das%20identidades%20trans/