quarta-feira, 27 de abril de 2011

Uma Carta de Amor que não tem nome- e que não quer ser aprisionada numa garrafa

Novidade: agora o blog Além da Parada também divulga cartas de amor. Nada mais digno num espaço que fala sobre sexo, gênero, sexualidade, desejo. Quem tiver algum material e quiser divulgar, mande pra gente. O espaço também é seu!


Uma Carta de Amor que não tem nome- e que não quer ser aprisionada numa garrafa

(E lá se vai o cordão dos tolos novamente...)

Sim, esta é uma Carta de Amor e um desabafo.

Bem, decidi tomar coragem para escrever o que sinto, me expor mesmo. Há muito para ser dito sobre este sentimento deslocado no tempo e a que chamo didaticamente de ”Amor Queer”. O fato é que nos esquecemos que por baixo de toda estampa subversiva existem seres humanos, sentimentos, sonhos, fantasias. Por baixo do silicone também bate um coração.

Pouca gente parou para pensar sobre a vida afetiva de pessoas travestis e transexuais. Muita gente conhece o lado “glamour”, o lado “fetiche”, o lado “promíscuo e despudorado”. Mas a que preço se alcança esse ideal? A repressão dos próprios sentimentos?

Já ouvi alguém comentar que pessoas apaixonadas são consideradas “loucas” e não são compreendidas, uma vez que a paixão não passa pelo crivo da racionalidade. Eu prefiro ficar com Saint-Exupéry, quando ele afirma que apenas os apaixonados são capazes de mudar o mundo, justamente por estarem num plano acima da fria, duro e limitada razão. Nisto tenho certeza que concordamos.

Pois bem, me apaixonei. Mais uma vez rompi com o status quo transnormativo. Mais uma vez fui além daquilo que me era esperado, fugindo da sarjeta e da auto-repressão. Me dei o direito de sentir e amar, numa época em que gostar de alguém, “exagerar” é tratado com psicotrópico, e não só a minha “identidade”, mas também o “fetiche esquizóide” de quem tentar se aproximar tem sua vaga garantida entre os “transtornos mentais”. Cansei de tentar ser sã, vou viver minha doce loucura. Parafraseando Cazuza,”o meu prazer agora é patológico”.

Você me pergunta o que farei com meu corpo, se vou fazer a tão falada cirurgia, e a única coisa que tenho como resposta é que quero um corpo capaz de dar e receber carinho e prazer. Descobri que a configuração dos corpos não me importa, nem tampouco a sua estética,e sim o que se pode fazer com eles. Mas como aproveitar um corpo que não tem molde, como experimentar algo inintelegivel, como senhoras idosas que acordam de um dia para outro e descobrem que tem vaginas e que, agora, podem se dar ao luxo de serem adolescentes. No fundo é isso que procuro, a chance de aos 32 anos poder ter 15 e viver um grande amor.

Não importa o corpo, não importa o gênero. O que importa são os nossos sonhos e fantasias. E com toda certeza não falo só de sexo. Sonho com o dia em que deixarei de chorar por ti e passarei a chorar contigo. Será que nossas fossas lacrimais também podem ser usadas como fonte de prazer?

Pieguice mata, doutor?

Você me fala sobre teorias e coisas fabulosas que tem aprendido com suas leituras e tudo o que eu queria era pegar na sua mão, falar e ver coisas belas. Queria tomar banho de cachoeira, ouvir musica, dançar e dar risadas até tarde da noite e, por que não, experimentar novamente cada meandro do teu corpo, sentir teu aroma e ouvir sua voz rouquinha falando obscenidades no meu ouvido.

É dessas coisas mesquinhas e humanas que sinto falta. Queria ter alguém com quem pudesse construir uma história e, já velhinha, dar risada das loucuras que fazemos agora. E o mais irônico e paradoxal é que subverto mesmo quando tento ser “careta”e conservadora. Não é este tipo de romantismo que se espera de uma teórica-queer-pós-identitária-revolucionária- aliás, que simplesmente prega e busca experimentar tudo isso .

Você me diz que sonha ou tem medo de se apaixonar de novo e eu tento tomar coragem para dizer que sonho o tempo todo que fosse por mim, assim seriamos dois corações felizes e completos numa só alma. Mas “l’amour est une oiseau rebelle”, e a felicidade nunca bate a nossa porta. Depois de 6 longos anos,desde que nasceu um discurso chamado “Dorothea”, descobri que ainda sou capaz de me apaixonar e percebi algo que a sociedade tenta nos esconder a todo custo: que apesar de tudo somos seres humanos. E mesmo se não tiver o prazer e a alegria de ser correspondida algum dia, sou grata pois aprendi que sofrer e amar (não necessariamente nesta ordem) fazem parte de uma coisa maravilhosa chamada “VIDA”.

Em suma, você reclama do carinho que não recebeu e eu só quero uma chance para dar o meu. Amor e respeito não se solicitam, mas mesmo com todas as minhas limitações, quero uma chance, uma oportunidade de poder dividir vida e felicidade.

Se o amor “bi” e “homo” é aquele que não se ousa dizer o nome, o “amor queer” não tem um nome para ser dito. É pura abstração, é algo deslocado no tempo e espaço. Não tem compromisso com nada, a não ser ele mesmo (o sentimento). Não é ”auto”, nem “outro”: é cosmo-centrado. Não pode acabar, uma vez que não tem começo. E só para contrariar o poeta: “não tem fim, posto que não é chama”.


(Dorothy Lavigne)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sessão Pinkpoca: propaganda irlandesa promove anti bullying homofóbico




A organização irlandesa Belong To   lança  campanha que apromove o anti bullying no âmbito escolar. Escrito e dirigido por Anna Rodgers e Kelleher Aoife, o filme narra o relacionamento entre dois adolescentes gays em um colégio irlandês. Ao sofrerem bullying vindo de um determinado grupo de alunos, o casal é defendido pelos outros estudantes do colégio. A Belong To é uma organização para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT)  entre 14 e 23 anos que atua em campanhas e apoio a esses jovens. 


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Conselho Regional de Psicologia discute homofobia hoje à noite, em Curitiba



O evento conta com transmissão on-line e terá a participação da presidente do Grupo Dignidade, Rafaelly Wiest

As 'Quartas-feiras no CRP(Conselho Regional de Psicologia)' são eventos gratuitos e abertos à comunidade, que discutem um tema por mês. Hoje, dia 20, às 19h, acontecerá uma mesa-redonda sobre o tema 'Combate à homofobia'que faz parte do assunto do mês: 'Convivendo com as Diferenças'.



Confira os participantes da mesa-redonda:

* Rafaelly Wiest - Presidente do Grupo Dignidade
* Marcilene Garcia de Souza - Diretora do Núcleo de Pesquisa do IDDEHA (Instituto de Defesa dos Direitos Humanos)
* Márcio Marins - Diretor do Grupo Dom da Terra

Coordenadora: Célia Mazza de Souza - Psicóloga (CRP-08/02052)

Para acompanhar as discussões, basta comparecer ao anfiteatro do CRP-08 (Av. São José, 699 -  Cristo Rei - Curitiba/PR) ou pelo site,  pois as 'Quartas-feiras no CRP' possuem transmissão on-line. Os internautas também poderão mandar perguntar ou fazer comentários por meio do e-mail ou telefone.


'Quartas-Feiras no CRP'
O evento acontece desde 1998, entre o período de março a novembro,  orientando profissionais da área e comunidade sobre os temas relacionados à psicologia. De acordo com a coordenadora técnica de políticas públicas e eventos do Conselho, a psicóloga Célia Mazza de Souza – CRP 2052, o projeto é “uma oportunidade para a categoria levar a informação de psicologia à sociedade, utilizando uma linguagem ao alcance de todos”.

Serviço

Evento: Quartas-feiras no CRP.

Tema: 'Combate à homofobia'.

Data: 20 de abril

Horário: 19h

Local: Sede do Conselho Regional de Psicologia – 08.

Endereço: Av. São José, 699 – Bairro Cristo Rei, em Curitiba.

Contato: (41) 3074-5641

E-mail: comunicacao08@crppr.org.br

Site: www.crppr.org.br

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bolsonaro no cu dos outros é refresco...


Bolsonaro no cu dos outros é refresco...

(por Dorothy Lavigne)

Hail Mott!
Ave Butler!

Neste último sábado, dia 15, ocorreu na capital paranaense o ato “Fora Bolsonaro”, em repúdio e pedindo a cassação do mandato deste ilustre (no sentido literal de “sem luz”) deputado estadual. Para quem esteve fora de órbita nestas ultimas semanas e ainda não ligou o nome à pessoa, Jair Bolsonaro – vulgo “Boçalnaro” ou “Bolsonazi”- é um político assumidamente de ultra-direita, saudosista da “dita-dura militar”, conservador, homofóbico e “defensor da família” (a DELE, óbvio).

Famoso por suas polêmicas ao debochar do Movimento pela Verdade, afirmando que “quem procura osso é cachorro”, em referência aos militantes chacinados em crimes políticos, por defender a democracia no regime que ele tanto ama. Célebre por “denunciar” o “kit gay”, na verdade um projeto do MEC que visa introduzir o debate sobre a diversidade sexual e de gênero nas escolas de ensino primário, Nada mais correto, pois é dever da escola primária esconder das crianças qualquer referência a sexualidade humana (inclusive a heteronormatividade) e de preferência, ensinar de cátedra a velha Estória da Cegonha. Insigne[ficante] por se opor heroicamente a toda e qualquer ação afirmativa que venha dar visibilidade ou beneficiar as minorias- com excessão dos militares, para quem os filhos do deputado propõe cotas no ensino publico. Enfim , um grande defensor do Bolsa-da-minha-família, contanto que pobres, negros e outras minorias continuem sem acesso a esses espaços. Aliás, depois que esse “babado” caiu na mídia, acho que alguém andou levando umas palmadinhas didáticas...

A revolta de uma grande parcela da população eclodiu quando, durante uma participação do deputado no programa CQC, na qual teria confundido uma pergunta de forte teor racial, por uma de teor sexual. Afinal é muito fácil se confundir “negra” com “lésbica” e “bissexual”, pois as expressões são fonéticamente muito semelhantes. Tudo a ver, parece até uma música dos Mamonas Assassinas. Depois ainda tentara se desculpar perante a opinião publica dizendo que só faria uma declaração de cunho racista se estivesse louco, uma vez que evidentemente ele teria menores chances de ser condenado por homofobia, pois não há lei específica sobre esse assunto.

Alias, minha resposta, na ponta-da-lingua a tal afirmação estratégica de defesa seria “alguém no recinto poderia fazer o favor de chamar a ambulância do hospício?” , pois quem afirma este tipo de sandice está mais do que “pinel”. Minha teoria é que tal surto psicótico não teria tido como estopim a criação do “kit de combate a hipocrisia”, mas sim a entrada no cenário do palhaço Tiririca. Boçalnaro não aceita competição desleal e a vários mandatos é o responsável pelo humor pueril no Congresso. Puro acesso de inveja disfarsada de homofobia. Alias, dizem as más línguas que nosso herói só não usa nariz vermelho em publico, pois seu sonho é usar um bigodinho “a-lá-Hitler”.

Mas tudo bem, terminada esta análise da sanidade mental do individuo em questão (Freud explica tranquilamente este tipo de terror e fobia a sexualidade alheia através da teoria do recalque) e apresentada uma análise do contexto, para os menos informados, passarei a um breve relato sobre o ato do último sábado.

A manifestação fora deveras tranqüila, apesar do pequeno número de participantes. O ato marcou pela qualidade das falas, das quais destaco uma frase de um estudante que afirmara ter orgulho de ser homossexual. Não houve participação do movimento organizado, nem de celebridades, fora o tipo evento “de base” e “pela base”, ou seja, feito por pessoas físicas de vários segmentos sociais, que tinham em comum a fato de estarem fartas dos excessos e brincadeiras de mal-gosto da classe política brasileira. O evento marcou mais pela qualidade do que pela quantidade de pessoas.

Chamou-me a atenção a quantidade enorme de “pessoas de bem e de família” que estranharam a manifestação. Nunca vi tanta bolsonarete enrustida junta, tanta gente virando o rosto e fazendo cara feia. Teve até um mais assanhadinho que a certa altura gritara para os manifestantes um belíssimo “vá trabalhar, vagabundo!” – só não entendemos o que tão eloquente defensor da virtude do trabalho, estaria fazendo em plena hora do almoço, tentando deslegitimar um manifesto político, quando poderia aproveitar a sua “ciesta” para fazer algo mais útil a nossa sociedade.

Pois bem, cumprida minha função jornalística passarei a minha critica, apresentarei minha opinião, que como os leitores sabem, costumam ser bem polêmicas. Não é só o nobre deputado Bolsonazi que é chegado numa bombinha. Ora, percebi, e alguns amigos mais chegados também perceberam, a excassez de manifestantes negros no ato. A partir daí surgem minhas divagações: será que os negros entenderam e validaram a tese de que o suposto ataque racista na verdade fora fruto de uma confusão e que teria sido “apenas” um ato de ódio e ojeriza aos LGBT’s?

Concordo que realmente o político em questão possa ter se confundido, afinal confusão é o que mais se espera de um indivíduo que em pleno século XXI esconde sua admiração a ideologias genocidas fracassadas sob o manto da “defesa da família”. Mas então se o problema não é nosso e não tocam direitamente na nossa ferida, viremos as costas? Esta triste realidade só vem a dar sustentação a uma crítica que venho apresentando a anos, a de que o brasileiro médio ainda não está preparado para viver num regime democrático, pois não aprendeu a ser solidário e não entende que quando o outro é agredido os estilhaços vão na sua direção, pois as relações sociais formam uma imensa teia. Bolsonaro no cu dos outros é refresco...

Outra critica que faço é em relação a uma profunda incoerência dentro do movimento. Achei interessantíssimo o argumento de que muitos dos eleitores que sustentam o mandato desta família de delinqüente fazem parte do segmento LGBT. Como assim?! Isto é puro masoquismo político, ou uma parcela conservadora deste grupo tão discriminado elege políticos racistas e fascistas, que defendem a volta da ditadura e têm horror a população carente?

Outra triste realidade: os gays que votaram e Bolsonaro e seus aliados políticos, pregam o perfil do “gay limpinho, cristão, conservador, estudado e bem comportado” e acham que vão se blindar aplaudindo quando a polícia espanca as “bichas pintosas” na rua. As ‘transex’ que votam em Bolsonaro (e aqui me refiro também a algumas onguistas cujo nome prefiro não citar) são as mesmas que acusam suas próprias companheiras de “aprontarem” ou de serem “contra os bons costumes”, quando estas são presas no espaço profissional da prostituição, ao invés de minimamente garantir o direito do cidadão a defesa jurídica e ao acesso a educação, saúde e outras opções de trabalho- afinal “cotas e formação profissional adequada é coisa de bicha pobre e incompetente”, e (sic) “travesti só se prostitui por que quer”.

As vezes penso que algumas ONGs são o maior antro de bolsonaretes moralistas do país. E que se frise que minha critica aqui não é generalizada, conheço varias ONGs que têm um histórico de luta pelos direitos da população LGBT e espero do fundo do coração que minha denuncia tenha sido endereçada a uma minoria.

Concluo defendendo que sim, é absolutamente necessária uma resistência popular e uma luta ferrenha contra esta corja de políticos que querem a manutenção do status quo heteronormativo, a superioridade homem branco, cristão e de classe média e alta. Assim como é de importância vital o combate incansável as viúvas da ditadura, a pessoas que se põe favoráveis a qualquer forma de opressão, a indivíduos que não contentes em utilizar a religião para chegar ao poder e mamar nas tetas do governo, ainda querem transformar o Brasil numa teocracia parecida com o Irã. Porém “advogo” que o segmento LGBTs também precisa fazer uma autocrítica e fazer uma campanha interna a favor da coerência política e na prática cotidiana e contra a hipocrisia cor-de-rosa.

Vamos pensar sobre isso? Opiniões sempre serão bem-vindas.

Desbundai!

Uma travesti a menos e uma vitória a mais para a homofobia

Sim, mais uma pessoa morreu devido a intolerância. Dessa vez foi uma travesti de Campina Grande, que foi morta a facadas na madrugada da última sexta-feira. Segundo a polícia, a vítima, Daniel de Oliveira Felipe (Inete), tinha 24 anos e foi atingida por mais de 30 facadas pelo corpo. O crime foi registrado pelas câmeras de trânsito da Superintendência de Trânsito da cidade.

Confira mais detalhes na matéria abaixo, realizada pelo programa Bom Dia Brasil, da TV Globo.

  
 
No blog da Associação dos Homossexuais de Campina Grande (AHCG)  há palavras de pesar e solidariedade a família da vítima. A associação declara que os criminosos se "aproveitaram pelo fato da vítima ser deficiente física e ter seus movimentos limitados, dificultando sua fuga e facilitando a ação violenta e homicida".

Ainda em postagem no blog, a AHCG reflete sobre a coincidência de estarmos na semana santa. "A páscoa é um momento tão reflexivo, é quando se fala muito sobre fraternidade e solidariedade. É justamente nessa época que nos deparamos com uma situação como essa, onde uma vida em perigo clama por ajuda e as pessoas ignoram como se não estivesse acontecendo nada. Será a banalização da vida? Ou será que por ser uma travesti não se merece socorro, não merece dignidade?", questiona.

domingo, 17 de abril de 2011

"Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.”

A citação  de uma música da banda Belle & Sebastian é o que motiva a jornalista Carol Almeida a não adormecer perante a sociedade. Carol fundou o projeto #EUSOUGAY - originado após tantos ataques homofóbicos sofridos por brasileiros e denunciados pela mídia -,  que é mais uma campanha via internet. No entanto, dessa vez, a proposta não é desabafar só contra a homofobia. A 'briga' também é com a intolerância e o ódio.

A última violência noticiada em rede nacional foi contra Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, encontrada morta em Goiás, em 6 de abril de 2011. Adriele era namorada da filha de um fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas.  O fazendeiro é Cláudio Roberto de Assis, 36 anos. Ele e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos acusados do assassinato.

Depois da Adriele e dos depoimentos do Jair Bolsonaro, Carol constatou que a perda de uma pessoa é a morte de um pedaço de todos. "A afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual. (...) Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?", constata Carol, na postagem do seu blog.



E aí veio a campanha. Por meio da web, Carol explica que o projeto "não é apenas contra a homofobia. É um trabalho contra a intolerância, contra o ódio. Não podemos, não devemos e não vamos viver nesse ambiente".

Qualquer pessoa -  independente de idade, sexo, cor, religião e orientação sexual - pode mandar uma foto com um cartaz, folha, post-it, ou o que preferir, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY, como mostra a apresentadora Sarah Oliveira na gravação abaixo. As fotografias  podem ser enviadas para o e-mail projetoeusougay@gmail.com


A data de entrega das imagens é até o dia 1º de maio . Todo o material será reunido em um vídeo, que será editado pelo diretor cinematográfico Daniel Ribeiro, produtor dos curtas-metragens 'Café com Leite' e 'Eu Não Quero Voltar Sozinho'. Para quem não suporta injustiça e discorda de qualquer forma de preconceito, o projeto #EUSOUGAY veio para lhe chamar a defender os ideais com imagens escritas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Festival Diversidade em Animação chega a sua terceira edição no Rio

O 3º Festival Internacional de Animação LGBT - Diversidade em Animação 2011 -  traz animações de diferentes estilos voltadas ao público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e rola entre os dias 06 e 13 de Maio no Cine Cultural Justiça Federal (Centro Cultural Justiça Federal). Este ano, foram selecionados 45 Filmes de Animação brasileiros e estrangeiros: 23 animações para Competição de Curtas (1 e 2), 12 episódios de animação para o Especial J.J. Sedelmaier e além de uma retrospectiva com 10 animações entre os premiados e melhores de 2010.

 
Divididas em mostra e competição, o festival premia os eleitos pelo Júri Popular, Júri Técnico e Júri do Festival com o troféu Diversidade em Animação. Serão 18 estréias e na programação o destaque vai para o episódio da animação "Hete-Roy", um super-herói cristão fundamentalista. O festival traz ainda uma mostra especial do estúdio J.J.Sedelmaier, com 11 episódios de Ambiguously Gay Duo sobre a dupla de super-heróis gays Ace e Gary.

Para assistir ao festival, é preciso desembolsar R$ 6,00 (R$ 3,00, a meia-entrada antecipada) por sessão. Com linguagem jovem e diversidade de países onde foram produzidos, o evento é uma ótima oportunidade de se antenar no mundo gay mundial. Outros eventos paralelos e gratuitos ocorrem durante o festival.

Serviço
Diversidade em Animação 2011 - 3º Festival Internacional de Animação LGBT
Quando: de 06 a 13 de Maio de 2011, sessões às 17h30 e 19h
Onde: Cine Cultural Justiça Federal (Centro Cultural Justiça Federal). Av. Rio Branco 241, Centro – Rio de Janeiro
Não recomendado para menores de 18 anos
Mais informações: www.diversidadeemanimacao.com

Fonte: Lado A

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Brasileiros da bandeira colorida criam rede social exclusiva para eles

 Desde quinta-feira,07 de abril, o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros) possui uma rede social exclusiva. O objetivo é proporcionar ao público privacidade e exclusividade para fazer contatos, amizades e até mesmo business.


Além disso, promove a troca de ideias e debates para alcançar a melhor abordagem aos assuntos de interesse de seu público. No GPride , cada usuário poderá participar interativamente de todas as novidades. O site permite criar álbuns, bater papo, usar a webcam entre outras ferramentas.

Fonte: Band

sexta-feira, 8 de abril de 2011

SBT promete beijo gay . Será que é dessa vez?!

 
As atrizes Luciana Vendramini e Gisele Tigre vão protagonizar o primeiro beijo gay da televisão brasileira, que será exibido na novela “Amor e Revolução”, do SBT, que estreiou na terça-feira, 05 de abril. As duas trocaram um selinho (foto ao lado) durante a coletiva de apresentação da novela para a imprensa.

A despeito do tabu, o autor da teledramaturgia, Tiago Santiago, conta que o beijo apaixonado já foi gravado e garante que não será cortado. Inclusive foi preciso uma autorização da cúpula do SBT para que a cena vá mesmo ao ar. A sequência foi gravada há cerca de três semanas mas só será transmitida daqui a 15 dias.

A produção também focará outros assuntos ainda considerados polêmicos na teledramaturgia brasileira, como a repressão militar aos estudantes na década de 1960. A novela terá outros personagens gays e bissexuais e será exibida às 22h15.

As promessas de mostrar o primeiro tão esperado beijo gay, que depois são proibidos, não são de hoje. Um dos casos de censura aconteceu em 2005, quando a escritora Glória Perez chegou a escrever uma cena do  beijo de um casal gay na novela "América". A cena chegou a ser gravada mas não foi ao ar por senteça da emissora Globo. Cinco anos depois, a Globo corta novamente um beijo gay entre dois homens, na série  “Clandestinos”.

            Yahoo

domingo, 3 de abril de 2011

Organização a favor da lei anti-homofobia já arrecadou mais de 66 mil assinaturas

A organização de base Avaaz utilizou a internet para mobilizar os internautas que são contra a homofobia. A instituição criou uma petição no site, que apóia a aprovação de lei anti-homofobia PLC 122/2006. Até a data de publicação dessa reportagem, o número de assinaturas eram mais de 66 mil.

O impulso que deu início a essa petição veio de um ataque homofóbico  ocorrido em rede nacional. O Deputado Jair Bolsonaro, do Partido Progressista do Rio de Janeiro, deu  respostas chocantes durante entrevista para o programa CQC,  do Canal Band. O quadro foi apresentado em  horário nobre de uma segunda-feira - 28 de março-. Uma das perguntas foi feita pela cantora e apresentadora Preta Gil, que questionou Bolsonaro sobre o que ele faria se seu filho casasse com uma negra e a resposta foi  enfática: "não vou discutir promiscuidade".

Na mesma entrevista, Bolsonaro ainda afirmou que torturaria seu filho se o encontrasse fumando maconha e que não pensa que seu descendente possa ser homossexual porque ele teve "boa educação" ( abaixo a entrevista na íntegra).


As declarações homofóbicas de Bolsonaro repetem as agressões praticadas contra  os integrantes da bandeira colorida. Conforme pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), no ano passado 250 pessoas foram assassinadas por serem trans ou homossexuais e a Avaaz utiliza desses dados para exemplicar a utilidade da lei PLC 122/2006 . "A homofobia é real e mata. Mesmo assim não há lei que proteja pessoas GLBT da discriminação. (...) Vamos direcionar a nossa indignação contra o Bolsonaro em uma ação concreta, acabando com esse ataque à igualdade. Vamos pressionar o Congresso a aprovar a lei anti-homofobia que irá salvar vidas inocentes e ampliar proteções para todos os brasileiros", declara a Avaaz no próprio site. E acrescenta: "Nosso país sofre com uma mentalidade discriminatória retrógrada e perigosa que não reflete a sociedade que a maioria de nós quer".

Para assinar a petição basta acessar  o site da Avaaz. As assinaturas serão entregues em Brasilia com a ajuda do grupo All Out e organizações LGBT brasileiras.

Sobre a Avaaz

A Avaaz se comunica em 14 línguas, com a ajuda de uma equipe profissional em quatro continentes e voluntários por todo o planeta.  A missão  da organização é trabalhar com qualquer questão de interesse público, para garantir os valores e visões da sociedade civil global influenciando nas decisões governamentais. As causas das reivindicações vão desde pobreza global até os conflitos no Oriente Médio e mudanças climáticas. 

A comunidade  atua por meio de protestos nas ruas e pela internet.  Uma das mobilizações foi contra a legislação na Uganda que pretendia executar gays. A proposta foi derrotada graças aos protestos realizados pelo movimento. Atualmente a Avaaz realiza uma campanha contra a prática brutal de estuprar mulheres para "curá-las" do lesbianismo.