domingo, 26 de setembro de 2010

Pesquisa sobre homofobia na escola será divulgado em Curitiba

Baixe aqui o Programa Brasil Sem Homofobia
Será divulgado nesta segunda-feira, dia 27 de setembro, em Curitiba-PR, o resultado da pesquisa Homofobia na Comunidade Escolar, que atingiu 11 capitais brasileiras. O estudo de campo aconteceu no ano passado, entre 28 de setembro e 4 de dezembro, e ouviu mais de 1.400 pessoas ligadas à escola nas cinco regiões do país.

O propósito da iniciativa foi medir o conhecimento e percepção de estudantes do 6º ao 9º ano da rede pública da ensino, equipe docente, gestores e autoridades acerca da homofobia no ambiente escolar, gerando assim subsídio para a execução do Programa Brasil Sem Homofobia, uma ação do Governo Federal.

Capitaneadas pelas pesquisadoras Margarita Díaz (pesquisadora responsável) e Magda Chinaglia (coordenadora) as aferições tiveram a metodologia aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp. Ambas são representantes da Reprolatina, ONG voltada para questões da saúde sexual e reprodutiva e responsável pela pesquisa. Além de entrevistas individuais com secretários de educação (dos estados e dos municípios), diretores e coordenadores das escolas,  a metodologia da pesquisa também contou com grupos focais formados por professores e estudantes; observação dirigida em espaços escolares, como sala de aula, biblioteca, banheiros; observação do comportamento de alunos e dinâmicas.

Comunidade
Ao todo, foram envolvidos 1.412 participantes: 395 estudantes, 382 professores, 86 gestores escolares, 11 autoridades estaduais, 11 autoridades municipais e mais 527 outros integrantes de comunidades escolares. Os colégios foram escolhidos de modo aleatório nas capitais a seguir, de modo que as cinco regiões do país forma contempladas: Norte: Manaus (AM) e Porto Velho (RO);   Nordeste: Recife (PE) e Natal (RN); Centro-Oeste: Goiânia (GO) e Cuiabá (MT); Sudeste: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ); Sul: Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).

Iniciativa
 A pesquisa faz parte do Projeto Escola Sem Homofobia, financiado pelo Ministério da Educação, e executado em parceria entre a Pathfinder do Brasil (Salvador-BA); Reprolatina; e ECOS - centro de estudos e comunicação em sexualidade e reprodução humana (São Paulo-SP); com o apoio da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT; da GALE – Global Alliance for LGBT Education; e da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT do Congresso Nacional.


sábado, 25 de setembro de 2010

Parada da Diversidade 2010: liberdade para amar

por Annelize Tozetto

Uma festa que celebra a liberdade. Uma festa que prega a liberdade. Liberdade de amar, indiferente de sexo e principalmente de opção sexual. Assim vejo a Parada da Diversidade 2010, realizada em Curitiba, no último dia 19. Nada mais encantador do que essa pluralidade: jovens ou não, adultos ou não, de Curitiba, de Ponta Grossa, de Santa Catarina ou de São Paulo, todos juntos, reunidos para celebrar e também para lembrar que todos – absolutamente todos – tem o direito e a liberdade de amar quem quiserem.

Com o tema “Defenda a cidadania, vote contra a homofobia”, a Parada Gay (como é conhecida) quis nesse ano chamar a atenção do público e das autoridades para as eleições desse ano e das inúmeras lei e emendas que podem entrar em vigor para todos em relação a direitos LGBT.  Todo mundo botou pra quebrar, ao som de muita música eletrônica, de risos. Sem contar a caminhada da Praça do Homem Nú até o Palácio Iguaçu, que como diz o texto da Doroth, foi cheia de significados. Afinal, se despir de si mesmo e dos próprios preconceitos não é tarefa fácil pra ninguém.

Pessoalmente, a festa serviu para eliminar da minha vida uma espécie de ranço preconceituoso advindo da minha própria educação.  Uma espécie de limpeza de alma,  que me deixou feliz, leve e com  mais vontade ainda de entrar nessa luta.  Existe algo muito maior por aí (vocês sendo céticos ou não) e que aceita nossas decisões e que nos incentiva a lutar pelo direito de igualde com todos. Não foi assim com as mulheres no decorrer dos anos? Então, porque não pode ser com lésbicas, transsexuais, travestis e gays?


Heresia para alguns? Sim, infelizmente. Cada um acredita no que quer, mas o espaço do outro deveria ser sempre respeitado. Não deveria existir caras feias, falas preconceituosas ou coisas do gênero. Nem com opção sexual, nem com religião. Se cada um respeitasse o outro, já seria um bom começo. Não precisa se engajar na luta… mas sim procurar entender, procurar conhecer o que se passa e respeitar.

A Parada me fez pensar nisso. O blog Além da Parada me faz pensar nisso sempre. As reuniões com o pessoal (Ana, Doth, May e o Deh) me conscientizam cada dia um pouco mais. Só tenho a agradecer por tudo, especialmente pela experiência fantástica do último domingo. E que venham outros eventos, outras oportunidades e outras pessoas interessadas em fazer uma comunicação diferente e compartilhada, levando em conta a realidade LGBT. Se as pessoas pararam três minutos para pensar sobre o assunto e mudar , o esforço já terá valido a pena.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pós-graduação em Curitiba oferece curso gratuito sobre Igualdade de Gênero na Escola

Com o objetivo de provocar a reflexão crítica acerca do sexismo e da homofobia no âmbito escolar, promovendo seu enfrentamento com referencial teórico, o curso de identidade de gênero está com as inscrições abertas. O Programa de Pós-graduação em Tecnologia da UTFPR, do campus Curitiba, oferecerá o curso direcionando a todos os profissionais que atuam ou pretendem atuar na área de educação.

As aulas são gratuitas e o total terá duração de 80 horas/aula, sendo ministrado nas dependências da UTFPR. Estão previstas aulas às sextas-feiras à noite e aos sábados pela manhã e à tarde. Haverá turmas que se iniciam em outubro: turmas A e B (sextas e sábados), C, D, E e F (somente sábados). A abertura das aulas ocorrerá dia dois de outubro, das 9h às 12h, e o primeiro grupo terá inicia dia 24 de setembro.

Os módulos são: gênero, sexualidade e diversidade sexual; gênero, educação e diversidade sexual; gênero, diversidade sexual e mídia; enfrentamento à violência de gênero e projeto de intervenção educacional.
Para saber mais detalhes,entre em contato com Lucas pelo telefone (41) 3310-4711, entre às 14h e 17h. Para se inscrever, os interessados deverão enviar um email para igualdadedegenero.ppgte@gmail.com, informando o nome completo, RG, telefones de contato, escola em que atua, função exercida e em qual turma deseja participar.

Fonte: site UTFPR

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Campanha pelo voto consciente: Lista de políticos homofóbicos




Ajude a causa contra a homofobia politíca!

No Blog: Envie o nome e o partido do candidato nos comentários abaixo e ajude a comunidade LGBT a defender os seus direitos!

No Twitter:Por favor, dê RT = Você conhece os politícos homofóbicos? Tuite o nome e o partido do candidato com #politicohomofobico.
Divulgue! Divulgue muito! No seu Blog, Orkut, Facebook, Twitter... seja onde for! Não deixe a homofobia passar impune. Denuncie!



Reblogado da Revista Arco-Iris:

http://www.blog.revistaarcoiris.com.br/2010/02/diga-nao-homofobia.html


Bom, não é de hoje que ajudamos e colaboramos com a causa LGBT. Essa semana, depois do que li na internet, encontrei duas notícias: uma boa e outra preocupante:

A boa é que os dois maiores inimigos do projeto de lei que criminaliza a homobia no Senado Federal, o mandato dos parlamentares Magno Malta (PR-ES) e o bispo Marcelo Crivella (PRB-RJ) terminam no início de 2011. A preocupante é que, nos bastidores políticos, é tido como certo que eles tentarão se reeleger.
O caminho de Crivella é mais promissor. Os evangélicos, que votam em massa no bispo, são uma força eleitoral no Rio de Janeiro e o presidente Lula apóia o representante da Igreja Universal do Reino de Deus. Quanto a Magno Malta, a candidatura de um representante ligado à Igreja Católica no Espírito Santo pode tirar votos dele, que conseguiu reunir simpatia de todos os religiosos para se eleger.
Toda semana aparece alguma revelação homofóbica de um político. Seja pelo machismo brasileiro, seja por um preconceito real, diversos políticos fazem questão de barrar leis e direitos LGBT por não considerarem algo “normal”. Não é preciso nem citar os religiosos políticos pois eles são um caso à parte.

Segue abaixo uma lista de politícos homofóbicos declarados:

Paes de Lira (PTC)
Olavo Calheiros (PMDB/AL)
Bispo Rodovalho (PFL-DF)
Waldir Agnello (PTB/SP)
Walter Brito (PSDB-PB)
Magno Malta (PR-ES)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Rodovalho (DEM-DF)
Valter Araújo (PTB)
Waldir Agnello (PTB)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)


Édino Fonseca, em seu primeiro mandato como deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PSC, acha que o estado deve financiar "tratamento" para gays e lésbicas que queiram mudar sua opção sexual!
Os vereadores pastor Mariano Júnior (PSDB), pastor Carlos (PTB), Francisco Canali (sem partido) e Rose França (PTB) afirmam que gays e lésbicas desrespeitam a sexualidade imposta por Deus, e por isso, promovem a decadência da família.
O deputado Miguel Martini (PHS-MG), que integra a frente parlamentar em defesa da família e da vida, disse que o projeto quer "calar a boca" dos cristãos contrários à homossexualidade.

Ajude a causa contra a homofobia politíca!

No Blog:Envie o nome e o partido do candidato nos comentários abaixo e ajude a comunidade LGBT à defender os seus direitos!

No Twitter:Por favor RT = Você conhece os politícos homofóbicos? Tuite o nome e o partido do candidato com #politicohomofobico.
Divulgue! Divulgue muito! No seu Blog, Orkut, Facebook, Twitter... seja onde for! Não deixe a homofobia passar impune. Denuncie!


A seguir, uma cartaz de denuncia contra tais políticos criado pelo GGA- Grupo Gay Atitude ,de São Gonçalo:



Esperamos sua denuncia, para fazermos uma campanha parecida no Paraná.
Denuncie quem te oprime!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Prêmio Aliadas 2010 marca compromisso com a causa LGBT


Na noite do dia 17 de setembro ocorreu na Sede da Aliança Paranaense pela Cidadania mais uma edição do Prêmio Aliadas

O Prêmio Aliadas tem o objetivo de reconhecer e agradecer as pessoas e instituições que promovem e apoiam a garantia dos direitos humanos e a cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no nosso estado. Nessa edição um conjunto de organizações que formam a Aliança Paranaense Pela Cidadania LGBT – APPAD, Ártemis, CEPAC, Dom da terra, Grupo Dignidade e Transgrupo Marcela Prado – unidas indicaram 16 pessoas e instituições nas seguintes categorias:


Legislativo Municipal:
· 1.Vereadora Professora Josete / 2.Vereadora Renata Bueno / 3.Vereadora Julieta Reis

Legislativo Estadual:
· 1.Deputado Tadeu Veneri / 2.Deputado Professor Lemos / 3.Deputada Rosane Ferreira / 4.Deputado Fábio Camargo

Legislativo Federal:
· 1.Deputado Federal Dr. Rosinha

Executivo Municipal:
· 1.Coordenação de DST e Aids - Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba

Executivo Estadual:
· 1.Divisão de DST e Aids - Secretaria de Estado da Saúde / 2.Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos / 3.Secretaria de Estado da Justiça – CODIC / 4.Secretaria de Estado da Educação – NGDS/DEDI

Executivo Federal:
· 1.CGLGBT – Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos – SDH / 2.GT LGBT - Secretaria Nacional de Segurança Pública – MJ / 3.Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais – MS

A minha história dos outros: “Não é fácil ser lésbica”




Uma menina que não brincava de boneca. “Eu era um moleque que corria na rua com os meus amiguinhos, jogava futebol, subia em árvores, brincava de taco, atirava com armas de brinquedo, passava em rampas com bicicleta, jogava bombinhas pra assustar quem passava na rua. Era muito bom!”, relembra a gaúcha da cidade de Torres, Paula dos Santos, 27 anos.

Na adolescência as dúvidas transformaram-se em certeza e, aos 14 anos, Paula sabia que era lésbica. “Foi difícil me entender e aceitar, por isto entrei em depressão. No entanto, conheci pessoas maravilhosas, amigos que me aceitaram e ajudaram a me entender me fazendo perceber que não sou uma aberração, apenas sou diferente no quesito ‘amor’”. E não somente ela se aceitou, como muitos que não concordavam com a homossexualidade acolheram a Paula por conhecê-la. Amizades que superaram as diferenças. “Minha família também sempre soube, e aos poucos fomos falando no assunto. Eles me entendem e não me cobram por causa disto. Sutilmente eu deixo claro a todas as pessoas próximas a mim que sou lésbica. Ninguém me virou as costas”.

 Paula tinha certeza da paixão por mulheres. Contudo as experiências demoraram por um motivo bem simples: a dita timidez. Tanto que precisou de uma iniciativa da outra pessoa. “Foi estranho no começo, mas percebi que era o que gostava. Aconteceu naturalmente, mas a iniciativa partiu da menina”.

A estudante de Ciências Contábeis e recenseadora do censo 2010 superou quase todas as etapas que surgiram após a confirmação da homossexualidade, menos a do amor “proibido”. No começo era uma brincadeira com uma colega de trabalho. “No inicio eu não queria, mas aos poucos foi mudando meu olhar. Ela brincava dizendo que queria me beijar, até o dia que deu certo e nos beijamos mesmo. Senti meu corpo tremer, ela sentiu mais que curiosidade. Ela quis mais... e teve mais”, conta Paula.

Os sentimentos estavam se transformando, Paula ficava ansiosa para que chegasse a hora de trabalhar e assim vê-la. Sentia frio na barriga. “Meu dia era sempre bom, por pior que fosse. Ela tem tudo que se quer em alguém”, define apaixonadamente.

 A primeira vez se tornou várias e queriam estar uma com a outra. Sempre. A relação deixou de ser brincadeira e foram cinco meses de carinho e visitas constantes até chegar o momento de contar para a mãe dela. Na hora a sogra aceitou. No dia seguinte, percebeu a realidade da confissão, fez um escândalo e levou a filha a 80 km de distância. “Sim, ela foi. Foi porque a mãe dela ameaçou tirar dela a pessoa que ela mais ama no mundo, a irmã. Além de ameaçar suicidar-se”.

Cinco meses depois da data da fuga, a situação não se fez diferente. A “minha garota” como Paula a chama, é vigiada a todo momento pela mãe que tem medo que as duas se reencontrem. Vigilância que não nota recados offline no msn ou reencontros em segredo.  “Não é fácil ser lésbica, muito menos lésbica sem aceitação dos amigos e família. Graças a Deus isso eu tenho. O único problema é a minha ‘sogra’, que não aceita o meu namoro com a filha dela”.



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Confira as fotos da Parada

A Parada da Diversidade 2010 de Curitiba, que aconteceu no último domingo, dia 19 de setembro, em Curitiba, reuniu a população LGBT pra gritar o seu orgulho! Segundo a organização do evento, foram cerca de 150 mil pessoas.

Confira no nosso Flicker as imagens que o Além da Parada registrou durante a concentração, na Praça do Homem Nú, e durante a caminhada na Avenida Cândido de Abreu. 

 As perspectivas são de Annelize Tozetto, May Locatelli, André Nascimento, Ana Paula Braga Salamon e Dorothy Lavigne.

Você também pode publicar seus registros no blog: alemdaparada@gmail.com.

Transformando o Paraná para Pessoas Trans



(por Dorothy Lavigne)

"Por favor não nos mate!" O grito ecoou em plena luz do dia na Praça Rui Barbosa, bem no centro de Curitiba. Era dia 17 de setembro de 2010. Não, ninguem estava sendo agredido. Não naquela hora. Felizmente era só uma simulação feita pelas meninas do Transgrupo Marcela Prado, querendo mostrar aos transeuntes a violência á qual são submetidas todos os dias travestis e transexuais em nosso país.

Tratava-se de uma das muitas atividades que antecederam a Parada da Diversidade, o Transformando o Paraná, dividido em 2 eventos diferentes, que vou relatar abaixo:

Poderia ter sido uma foto para ganhar prémio, se a as possibilidades técnicas assim o permitisse. De um lado da praça uma barraca onde estavam reunidos os organizadores do evento. Do outro, vários homens e algumas mulheres olhando de soslaio sem entender muito bem do que se tratava. Tipica cena curitibana. Era assim que se via a praça quando cheguei lá pelas 11:00 no local do evento. Servia muito bem para ilustrar a estranheza que as pessoas sentem em relação ao tema que estava sendo apresentado dentro da barraca.

Porém, aos poucos o clima foi esquentando e as pessoas foram perdendo a timidez. Por volta do meio-dia muita gente já havia se aproximado e entrado na barraca, homens ,mulheres, jovens, idosos, crianças, famílias.

Uma moça simpática recebia carinhosamente os visitantes, explicando o teor da exposição. Do lado direito se via fotos de pessoas barbaramente assassinadas, seus membros mutilados, muito sangue. "Este lado é o inferno. Vejam o que nossa sociedade faz com as travestis", explicava. Do outro lado, apontava, "É o Céu", então se via fotos de desfiles de beleza e cenas de pessoas felizes e realizadas.

Neste clima desenrolou-se a Tenda Transformando o Paraná, que, creio, conseguiu levar informação, conscientização e senbilização a um grande numero de pessoas. Pelas informações que me chegaram mais de 50 pessoas estiveram presentes.





No dia seguinte:

Como se não bastasse a verdadeira lição de cidadania dia dia anterior houve na noite anterior a Parada, o Transgrupo Marcela Prado organizara uma "Reunião estratégica com Lideranças Trans do estado do PR e Gestores Municipal, Estadual e Federal. Envolvendo a Saúde Direitos Humanos e Educação."

Assim, durante tarde e noite do dia 18, estiveram presentes no Hotel Caravelle, muitas "trans" que tiveram a oportunidade de fazer uma debate com gestores da área de educação e saúde. Para o evento, arrumaram-se as cadeiras do Salão Milano em forma de círculo e optou-se por fazer um bate-papo entre os participantes. Escolha acertadíssima, aliás, pois criou um clima bastante intimista e aconchegante, o que facilitou um momento raro de interação.

O debate passou por vários temas pontuais em relação as bandeiras do movimento "trans", como a questão do nome social pelas instituições publicas, questões específicas na área da Saúde. Um dos convidados lamentou a Segurança Publica não ter colaborado com o debate, enviando algum representante. Por fim, fez-se uma lista de reivindicações a serem encaminhadas aos gestores publico, sendo as mais recorrentes, as ligadas a geração de emprego e renda, educação e segurança.

Seguem abaixo algumas fotos retiradas durante os evento do dia 17 e 18:



sábado, 18 de setembro de 2010

A Parada no blog!

Amanhã, dia 19 de setembro, acontece na capital paranaense a Parada da Diversidade LGBT. Milhares de pessoas vão se reunir com o objetivo de mostrar o seu orgulho em ser transexual, lésbica, gay, travesti ou bissexual e promover a cidadania dessa população que vem tomando espaço político e social cada vez maior nas discussões e ações de interesse público. Amanhã é o momento de mais uma vez dançarmos, beijarmos, gritarmos e festejarmos a diversidade que ultrapassa limites de identidade, gênero e sexualidade.

Parada que é Parada avança não apenas em densidade de público (segundo dados da Associação Paranaense da Parada da Diversidade – APPAD em 2009 o evento paranaense reuniu cerca de 120 mil pessoas): encampa debates, fortalece posicionamentos pró-cidadania e possibilita que todo aquele que faz parte da diversidade sexual possa se expressar e tenha espaço, sem machismos ou exclusões. É por isso que esta quinta Parada da Diversidade LGBT, que acontece em Curitiba e que vai novamente tomar o Centro Cívico tem como mote a consciência política por meio do tema “Vote contra a homofobia. Defenda a Cidadania”.

O blog Além da Parada apoia este acontecimento e abre espaço para divulgação das ações do movimento LGBT em Curitiba. Além de cobrirmos a Parada da Diversidade, pautados pela inciativa da comunicação compartilhada, também estaremos recebendo materiais, como textos, fotos, videos e entrevistas no alemdaparada@gmail.com.

Participe e se mobilize pelos direitos de LGBTs por meio da comunicação! A concentração acontece a partir das 13h na Praça do Homem Nú, próximo ao Shopping Muller!

Curitiba: A Parada mais simbólica do Brasil

(por Dorothy Lavigne)




Parafraseando o presidente da Appad, Marcio Marins, que diz que a Parada de Curitiba é a mais politizada do pais, este artigo é um esboço de um discurso “inflamado” que infelizmente não poderei pronunciar do carro de som. Imagem uma “trans” falando no microfone do carro principal, abstraiam.

Todos os anos, depois da contagem regressiva, quando milhares de pessoas saem em direção ao Palácio da Alvorada, fico extremamente emocionada. Primeiro por entender a importância política do ato a que estou me juntando. Segundo por perceber a simbologia que está por trás de cada passo que damos durante o percurso.

A idéia de transferir o desfile LGBT que antes partia da frente da UFPR, com destino à Boca Maldita, espaço físico tradicional de debate livre entre os cidadãos de nossa cidade, para o Centro Cívico, foi uma mudança extremamente feliz. Nosso desfile cívico inicia-se numa praça chamada 19 de Dezembro. Pra quem não sabe o dia 19 de dezembro de 1853, é um marco importante, pois é a data em que nosso Estado se emancipa de São Paulo, ou seja, para os paranaenses, a praça representa a tal sonhada Liberdade.





Ornando a praça temos duas estatuas, representando um casal despido, e que acabaram por dar o carinhoso apelido ao lugar: Praça do Peladão. O que pouco gente sabe, mas é muito fácil de se imaginar, a que a idéia de colocá-los em praça publica, causou enorme polêmica na época, na verdade, pode-se observar que as obras têm tamanhos diferentes e são confeccionadas com técnicas diferentes. O homem, bem maior que a mulher, é formado de vários blocos,encaixados depois, e a mulher é feita num bloco só. Quer dizer que não foram criados inicialmente para estarem juntos, mas para ornar lugares diferentes. A estátua feminina, ate onde me consta, ficava na frente do Palácio de Justiça, a outra estátua eu não sei.

Ora, a Praça do Homem Nú é, portanto um símbolo de libertação: política e social. Quando nos concentramos nesse lugar, celebramos “de cara”, a união por um ideal, o direito de estarmos nus, despidos de preconceitos e sendo nós mesmos. Festejamos a futura “Emanipação Homossexual”. E com a certeza de que aquele espaço físico (a praça) representa uma vitória da população curitibana contra o preconceito. Representa o momento que o povo abandonou parte do pudor e as famílias aceitaram a nudez descarada do casal de pedra, que acolhe como pai e mãe muitas crianças que vêm brincar na praça, algumas sem ter o calor de uma família.

O momento crucial no nosso ato publico é quando se faz a contagem regressiva e se canta o Hino Nacional. Ora estamos nessa hora fazendo uso de nossa cidadania. Não estamos apenas dizendo que somos cidadãos, mas já possuídos de espírito cívico, atuamos como tais. É nessa hora que tomamos posse da cidadania.
Quando nos dirigimos ao Centro Cívico, não fazemos um simples passeio. Antes vamos bater simbolicamente a porta do governador para exigir como cidadãos, nossos direitos e deveres.

O Palácio da Alvorada, como qualquer outro edifício publico, representa o poder que esta por trás dele. Representa o inimigo a ser vencido, os obstáculos criados pelo sistema. Quando batemos a porta do senhor governador, estamos , aos mesmo tempo , simbolicamente encarando de frente todos os políticos que nos negam direitos básicos. Este ano de 2010 há um detalhe que torna a chegada a Praça N.S. de Salete (onde fica o edifício) ainda mais emocionante: como o prédio está em obras, o que veremos é apenas uma “carcaça”. Simbolicamente, os obstáculos desta vez estarão derrubados, nossos adversários não estarão por lá, pois “fugiram”.

Termino opinando que antes de uma festa, a Parada é uma vitrine da Diversidade, é um espaço no qual aqueles que são obrigados a ficar “no armário” durante todo o ano têm a chance de se libertar, é o lugar onde (infelizmente só por uma vez no ano, ainda) as pessoas “da noite” podem sair durante o dia. É a concretização de um sonho que espero estar cada dia mais próximo de se realizar, mas que ainda continua muito distante. Mas cada passo que damos simbolicamente em direção aquele prédio abandonado (e vários outros que encontramos em nosso dia-a-dia) é um passo a menos que nos separa de nossa tão sonhada Liberdade.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Identificados skinheads suspeitos de participar de morte de rapaz


Saiu hoje no ParanaOnline:



Identificados skinheads suspeitos de participar de morte de rapaz

RPCA Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) divulgou, nesta quinta-feira (16), as fotos de três suspeitos de integrar o grupo de skinheads que perseguiu, atacou e matou Lucas Augusto de Carvalho, 18 anos, na noite de 5 de setembro, no bairro São Francisco, em Curitiba. Fernando Santana, 28, Gabriel de Oliveira Cata Preta, 18, e Carlos Rodrigo Túllio Saraiva, 27, foram identificados por dois rapazes que estavam junto com a vítima e por testemunhas.

A mãe de Preta contou à polícia que, há dois meses, Santana e seu filho foram atacados a faca por um grupo de punks. Para o delegado Vinicius Martins, da DFR, esse seria o motivo do crime. "Eles perseguiram a vítima e quatro amigos até a Rua Inácio Lustosa, onde se separaram. Acreditamos que Santana e Preta acharam que Carvalho era uma das pessoas que os atacou", disse.

Como os amigos da vítima não estavam com ela no momento do ataque, não souberam dizer se os rapazes identificados são os autores do crime ou apenas integrantes do grupo. Ainda segundo o delegado Martins, a polícia têm provas que os três rapazes identificados faziam parte do grupo de skinheads - grupo de orientação neonazista reconhecido por perseguir minorias.


Movimento
Santana trabalha em uma loja de tatuagens próximo ao Shopping Muller, onde a polícia encontrou seu computador com diversas imagens relacionadas à facção. "Descobrimos também que Preta tinha relação com Maurício Caetano da Silva, preso anteriormente por ter relação com os skinheads", explicou.

A polícia vai solicitar à Justiça a prisão preventiva dos suspeitos e conta com a colaboração da população para prendê-los. Dos três, Santana é o único a possuir passagem pela polícia, por tráfico de drogas.

Outras nove pessoas supostamente envolvidas no crime ainda precisam ser identificadas. As imagens das câmeras de segurança do shopping mostram um homem identificado como "Girino", o primo dele, outro rapaz conhecido como "Sapo", e seis integrantes de um grupo que mora em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

Um dos suspeitos teria o nome de Henrique, e os demais integrantes, de acordo com o delegado, seriam parentes dele. "As pessoas que tiverem qualquer informação sobre o paradeiro deles ou identificarem um dos nove rapazes, pode ligar anonimamente pelo telefone 3218-6100 e 181 e colaborar na solução deste caso", pede o delegado.

Perseguição
Segundo a polícia, no início da noite de domingo, 5 de setembro, Carvalho e mais quatro amigos teriam sido perseguidos por mais de dez homens carecas e trajando preto até a Rua Inácio Lustosa, onde ocorreu o crime. Nesse ponto, os amigos da vítima seguiram em outra direção e Carvalho foi atacado. Ele levou cinco facadas e morreu a caminho do hospital. Os agressores fugiram, levando a carteira e o celular da vítima, caracterizando assim, o crime de latrocínio.



FONTE:http://www.parana-online.com.br/editoria/policia/news/476573/?noticia=IDENTIFICADOS+SKINHEADS+SUSPEITOS+DE+PARTICIPAR+DE+MORTE+DE+RAPAZ

Justiça já!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Release; Campanha 24 horas de combate à homofobia


A Campanha 24h de Combate à Homofobia é um movimento virtual que nasceu incentivado pelos avanços nas legislações da Argentina e Uruguai e pelos recentes casos de homofobias, que fazem do Brasil o campeão do mundo em crimes de homofóbicos.

A Campanha tem como objetivo chamar atenção para a tomada de consciência a respeito das ações que estão sendo realizadas ou não, em relação aos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no Congresso Nacional. Tem como objetivo também, mobilizar segmentos, organizações e a população em geral para que pautem o assunto em suas casas, locais de trabalho e demais espaços de convivência – dos bares às igrejas ‐ multiplicando informações sobre a temática, de forma que a sociedade se sensibilize pela promoção da equidade de direitos e da cidadania LGBT, assim como por uma atuação política mais concreta no combate às homofobias.
A idéia da Campanha é que, durante 24 horas, do dia 18 para o dia 19 de setembro de 2010, as pessoas doem seu tempo para a realização de ações que incentivem outras pessoas, multipliquem informações e sensibilizem a sociedade em relação ao tema.

Através do site www.24horasdecombateahomofobia.com.br, a Campanha sugere algumas dicas para que estas pessoas possam atuar em suas cidades.

Uma das sugestões da campanha é instigar que as eleitoras e eleitores realizem uma pesquisa sobre as candidatas e os candidatos de seu município, buscando se informar sobre quem defende, de forma comprometida e declarada, a cidadania LGBT. Outras ações possíveis são a organização de palestras em seus locais de trabalho e manifestações em lugares públicos, etc.
Em Brasília, no dia 18 de setembro, na FUNARTE, será realizada uma manifestação cultural e política que marcará o lançamento oficial da Campanha, com manifestações culturais diversas e bate‐papo com representantes do governo, de organismos internacionais, da sociedade civil e candidatos.

O evento contará com a participação de Angélica Ivo e Marco José Duarte, mãe e primo do jovem Alexandre Ivo, que recentemente se tornou mais uma vítima dos crimes de ódio, motivado pela homofobia, ao ser espancado e morto em São Gonçalo, RJ. Contará também com a presença da atriz Liliana Castro, a “Filomena”, da novela “Ribeirão do Tempo” e do ator global Gilvan Oliveira, “Madrugadinha”, de Tempos Modernos, além de artistas de Brasília.
As apresentações musicais ficarão a cargo das bandas Hotel Onda, Watson e Sacassaia. Os debates,que serão disponibilizados em tempo real, através do site www.24horasecombateahomofobia.com.br, terão como temas: “Homofobias: Direitos Humanos e Políticas Públicas”, “Homofobias em suas Especificidades” e “Propostas de governo voltadas para a Cidadania LGBT” (veja anexa programação completa).

Já aderiram ao movimento os grupos do estado do Pará: COR ‐ Cidadania, Orgulho e Respeito,Instituto Elos e Associação de Lésbicas do Estado do Pará, que estão organizando um dia de atividades ligadas à Campanha. Os debates também serão disponibilizados em tempo real no site da Campanha.

Serviço:
Lançamento oficial da Campanha 24h de Combate à Homofobia. Dia 18 de setembro, na FUNARTE. Das 13h–19h.

Informações: (61) 9908‐0792/8211‐8742/9103‐7807/8119‐0303 ou através do site
www.24horasdecombateahomofobia.com.br.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Lançada Frente de Defesa do Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão

A Plenária Estadual da Comissão Paranaense Pró-Conferência Nacional de Comunicação (CPC-PR), realizada neste sábado, 11 de setembro, em Curitiba, se converteu no lançamento da Frente Paranaense pelo Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão. A nova configuração do conjunto de 28 entidades que ajudou a promover no âmbito estadual a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, servirá para que se busque a concretização de 17 propostas prioritárias entre as mais de 600 aprovadas na Confecom no final do ano passado e definidas durante a plenária estadual. 

Entre os temas mais urgentes, eleitos pela frente, estão a divisão a criação do Conselhos de Comunicação Estadual e Municipais para definir políticas públicas na área, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) já sinalizado pelo governo federal e a regulamentação dos artigos da Constituição Federal que tratam da comunicação. Para pôr em funcionamento a frente, que segue experiência análoga à de São Paulo, estão sendo estruturados núcleos regionais (Curitiba, Ponta Grossa, Londrina e Foz do Iguaçu), operativos (secretaria, planejamento, finanças, mobilização) e grupos de trabalho por tema (regulamentação da internet e marco legal de comunicação), sob articulação de um grupo coordenador estadual.

Adesões – Candidatos nas eleições de 3 de outubro participaram do ato de assinatura da “Plataforma do Direito à Comunicação”, com a qual os postulantes aos cargos no Executivo e Legislativo se comprometem a lutar pelas diretrizes aprovadas na Confecom. Os candidatos que desejarem assumir compromisso com a plataforma deverão enviar o texto (disponível em http://proconferenciaparana.com.br) assinado até sexta feira, dia 17 de setembro para a sede do Sindijor (a/c Aniela Almeida: Rua José Loureiro, 211 – Centro Curitiba).

Fonte: Sindijor PR

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Afinal, que "Parada" é essa? (Nosso Manifesto)






O direito à comunicação como forma de garantir e lutar pelos direitos humanos de pessoas que fazem parte da diversidade sexual.




De cara anunciamos que o blog “Além da Parada” tem esta premissa e bandeira, esta busca por direitos que estão coincidentemente cerceados: o de fazer e ter acesso à ferramentas da comunicação e o da liberdade de ir, vir, ser e estar. Vemos aqui a possibilidade de, conjuntamente e com visões e vivências de várias pessoas, construirmos um canal de informação que sirva à cidadania e ao respeito, fazendo valer o fato de que todas e todos temos o direito de reconhecer a pluralidade e o valor do ser humano que vive a sua diversidade sexual.


Queremos assegurar neste canal coletivo uma comunicação compartilhada que traduza realmente a “possibilidade de participar de um trabalho de cobertura livre e independente e/ou jornalística de eventos de interesse social, através da troca de esforços e conteúdos entre meios e pessoas envolvidas com a comunicação não corporativa ou de mercado”. Tencionamos dar visibilidade a uma informação que vá além daquela trazida de forma insuficiente pela grande mídia, que pouco faz para garantir a promoção social e a dignidade de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais. Não somos mercantilistas ou politiqueiros, nossa comunicação acontece sob viés jornalístico, social, cultural e político.


O “Além da Parada” é um blog de comunicação compartilhada, ou seja, feito por diversos atores – estudantes, profissionais ou simplesmente pessoas conscientes que integram ou estão atentas a um movimento que busca o reconhecimento da cidadania de LGBTs no Paraná. Gente que acredita na construção da realidade e na necessidade de diálogo com a sociedade; que faz da comunicação compartilhada um exercício de garantia de direitos. Assim, este canal permite a participação de pessoas ou grupos interessados em fazer uma comunicação mais humana e baseada nas diversidades.

domingo, 12 de setembro de 2010

Mais um panfleto LGBT censurado no país da "liberdade de expressão".



Noticia veiculada no site Extra Online, do jornal O Globo, comentada por Dorothy Lavigne

Aqui o leitor é convidado a manifestar sua opinião. Aproveite este espaço, que é um item raro em nosso pais.


"O que era para ser uma panfletagem de um evento do movimento gay em frente ao tradicional Colégio Estadual Nilo Peçanha, no bairro Zé Garoto, em São Gonçalo, acabou na delegacia. O professor e ativista Aloísio Reis, de 35 anos, registrou queixa contra funcionários da escola, acusando-os de impedirem, neste quinta-feira, a distribuição das filipetas, as quais tinham duas mulheres se beijando na boca. Aloísio contou que teria sido empurrado pelo porteiro do colégio.

A polêmica aconteceu porque o material de divulgação estava sendo distribuído, na calçada, para alunos do ensino médio da unidade, desde as 7h, horário em que os estudantes chegam à escola. A Secretaria estadual de Educação informou que vai averiguar a denúncia e, se houver necessidade, vai instaurar um inquérito administrativo.

Na 72ª DP (São Gonçalo), Aloísio contou que, a certa altura, um funcionário da direção da escola apareceu na calçada e pediu que o ativista distribuísse os panfletos no outro aldo da rua. Aloísio recusou-se. Teria acontecido uma discussão.

— Logo depois, chegou um porteiro da escola, tomou os panfletos da minha mão, nós discutimos, e ele me agrediu. Depois, ele jogou os panfletos para o alto — diz Aloísio, vice-presidente do Grupo Gay Atitude de São Gonçalo que, atualmente, não exerce mais a profissão de professor.

Aloísio conseguiu que uma pessoa, que estava no local no momento da confusão, fosse à delegacia confirmar a história do ativista. Na delegacia, ninguém soube informar, ontem, se o porteiro tinha sido encontrado para depor."



FONTE: http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/posts/2010/08/28/panfleto-de-evento-gay-cria-polemica-na-porta-de-escola-de-sao-goncalo-319752.asp

Perai, São Gonçalo não é aquela cidade onde foi espancado até a morte um jovem homossexual no mês passado?

Por que pergunto:

Infelizmente, em nossa querida sociedade temos (nós, os brasileiros) a idéia de que a violência só diz respeito a aquela violência fisica, mais óbvia. Se perguntassem para os diretores do colegio responsável pela CENSURA dos panfletps do evento lésbico, sobre o caso do jovem assassinado, certamente demonstrariam (alguns só da boca pra fora) ojeriza. Mas é assim que a humanidade caminha, infelizmente. Surrar até a morte, não pode. Contanto que os gays assumam seu lugar de inferioridade e calem a boca.

Parabéns, de minha parte, aos funcionários da Escola Nilo Peçanha. Sua atitude honesta e homóbica só serviram pra demonstrar as contradiçoes morais do pais do futebol, da mulata insoneira, do mulato "flamboyant", da caipirinha, do carnaval e do "oba-oba"

E você, caro leitor, o que acha? De sua opinião. Ela sempre será muito bem vinda.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

“Garoto de 18 anos morre após ser atacado por skinheads em Curitiba”




Bati o olho nessa chamada na capa de um jornal na segunda-feira passada. Engraçado como aprendemos a “ler” a violência e compreender os seus sinais. Não é necessário intuição para entender porque o menino da manchete foi o alvo. Principalmente quando se sabe o motivos de as pessoas LGBT serem vítimas específicas de homicidas e agressores também específicos, como é o caso dos nazi skinheads.


A medida da morte já alcançou a homofobia há tempos. Não é de hoje que se morre em Curitiba por ser gay, travesti, lésbica, bissexual ou transexual. A violência cotidiana do preconceito velado ou escancarado contra meninas, meninos, pessoas adultas ou senhores e senhoras alcançou um grau fatal. Morre-se em Curitiba de forma violenta e banal, com tiros, facadas, tortura, espancamento. Morre-se como se fosse simples, como se ainda vivêssemos a esquizofrênica política de saneamento dos nazistas.

O menino que perdeu a vida na noite do último domingo, dia 5 de setembro, caminhava pelas ruas do bairro São Francisco, perto do Centro da capital paranaense. Após se deparar com um grupo de homens neonazistas, ele foi ferido na região abdominal - recebeu cinco facadas na barriga. Não deu tempo de os socorristas levarem o jovem ao pronto-atendimento. Ele morreu antes.

Morre-se em Curitiba, por não ser heterossexual, como se fosse uma solução aritmética, como se fosse um fato natural de acontecer, simples. Mas, visto de perto, o significado das cinco facadas, da abordagem de um grupo de homens, do local (onde outro menino já foi assassinado no início deste mesmo ano também por skinheads) mostra com facilidade o nível de ódio empregado no ato. Para se matar um homossexual é necessário violência e raiva daquela homossexualidade. É preciso a covardia torpe de se juntar em bando impossibilitando fuga e reação.

Para promover essa “limpeza” improvável e irracional eles carecem de uma desmobilização da sociedade e do poder público, que aceita a homofobia no seu grau último e cruza os braços. Os autores dos crimes – deste recente e o do que levou à morte um menino de 14 anos em fevereiro passado – ainda não foram identificados. O significado da dificuldade que a Polícia Civil e o Setor de Inteligência da Polícia Militar têm em encontrar e entregar à Justiça os assassinos também não é simples, apesar de parecer. Ela tem um quê de complacência, de pouca preocupação que reflete diretamente nas estatísticas ascendentes de assassinatos homofóbicos.

Por Ana Paula Braga Salamon

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Direito à comunicação e o movimento no Paraná: definindo nossos rumos


Faltam poucos dias. No próximo sábado, 11 de setembro, entidades, profissionais da comunicação e estudantes se reunirão capital paranaense para, com o esforço de todas e todos, refletir sobre os rumos que a sociedade civil deve tomar na consolidação de uma estrutura midiática norteada pela democracia.


Após a conquista da primeira Conferência Nacional de Comunicação e da aprovação de resoluções legítimas, o momento agora é de consolidarmos meios políticos para efetivarmos tais propostas. O direito à comunicação é uma premissa da democracia, e só com ele conseguiremos construir uma sociedade pautada pela liberdade e diversidade.

O evento, realizado com o esforço de pessoas e organizações que fazem parte da Comissão Paranaense Pré-Conferência de Comunicação, acontece a partir das 9h no Sintracom, que fica localizado na rua Mateus Leme, 324. Na oportunidade, candidatos paranaenses ao governo, à Assembléia, Câmara e Senado assinarão a plataforma do direito à comunicação como compromisso junto às diretrizes estabelecidas coletivamente na Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 2009.

Acompanhe a programação da plenária:

9 às 10h30 – “O movimento de comunicação no pós-Confecom”

Descrição: avaliação do processo de Conferência, assim como os principais desdobramentos que se seguiram, tanto em termos governamentais quanto de movimento social.
Mesa: Rachel Bragatto e Ayoub Hanna Ayoub

11 às 12h30 – “As prioridades do movimento de comunicação no Paraná”
Descrição: apresentação do encontro da CNPC e debate sobre priorizações.
Mesa: Aniela Almeida e Denise Matoso

14 às 15h30 - “O futuro da CPC: como nos organizar”
Descrição: discussão sobre a nova forma de ser da CPC após a realização da Conferência.
Mesa: Douglas Moreira e Wemerson Augusto

16h -“A plataforma do direito à comunicação: ato de assinatura dos candidatos
comprometidos com a democracia na mídia”
Descrição: apresentação da plataformae assinatura da Plataforma pelos candidatos.
Mesa: João Paulo Mehl e Laura Schuli

Mais informações: http://www.proconferenciaparana.com.br/
 
Por Ana Paula Braga Salamon

sábado, 4 de setembro de 2010

Paraná realiza I Encontro Estadual de Educação LGBT

Por Annelize Tozetto



Há algum tempo, a questão de gênero e diversidade sexual tornou-se mais visível nas escolas. E é exatamente por isso que nos próximos dias 20 e 24 de setembro a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), através do Departamento da Diversidade- Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual, promove o I Encontro Estadual de Educação LGBT. O local escolhido foi o Centro de Formação Continuada de Faxinal do Céu, município de Pinhão.


O objetivo desse evento é discutir sobre a política pública educacional de Gênero e Diversidade Sexual relacionada à Rede Pública Estadual de Educação. Segundo a SEED, essa é mais uma ação do Departamento de Diversidade da própria Secretaria dialogada com o movimento LGBT para o enfrentamento do preconceito da discriminação das escolas. Durante os quatro dias de encontro, os profissionais vão falar sobre formação continuada, lideranças políticas e também sobre o papel de gestores estaduais e municipais na promoção dos direitos LGBT.


A responsável pela ação, Dayana Brunetto, conta que essa iniciativa, a princípio, é voltada apenas para o ensino publico estadual. Escolas municipais seguem o que determina o município, enquanto os particulares têm diretrizes próprias. “O que podemos fazer, por ora, é contribuir e conversar sobre essa questão de gênero dentro das escolas particulares”, diz.

As inscrições já estão abertas e as vagas são limitadas aos profissionais de educação do estado do Paraná, como professores, pedagogos e diretores. Esses podem se inscrever no Núcleo de Educação da sua região (o Estado conta com 32 no total). Além desses, a organização convidará mais alguns representantes do movimento LGBT, algumas instituições de Ensino Superior e também Gestores Estaduais e Federais.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um Paraná de 40 lésbicas e bissexuais

Por Mayara Locatelli



Plena Curitiba em um dia atípico: céu azul e clima quente na sexta-feira, no sábado e no domingo. E para estes dias (27 a 29 de agosto), mais de cem mulheres se inscrevam no III Seminário Paranaense de Lésbicas e Bissexuais (Sepale). Quantas participaram? No sábado, aproximadamente 40 mulheres, segundo a integrante da Rede de Mulheres Negras do Paraná, Alaerte Leandro Martins. No entanto, a falta de muitas inscritas não diminuiu o ânimo das que foram ao evento.


Em um hotel no centro da cidade aconteceram os debates, histórias, choros e risadas. A palestra magna sobre Saúde Integral das Mulheres Lésbicas e Bissexuais (e Vulberabilidade em DST, HIV e Aids) aconteceu na sexta às 19h. A secretária geral da ABGLT, Irina Bacci, palestrou sobre o tema junto a doutora Alaerte Leandro Martins, e tendo como moderadora a presidente do Artemis, Angelita Lima.


Na manhã seguinte , no sábado, as apresentações começaram cedo. O resgate histórico da lesbianidade e da Aids entre mulheres foi palestrada por Irina e teve como moderadora Kellyane Vasconcellos. Adiante, o Movimento de Lésbicas no Paraná foi contado pela integrante da Artemis, Simone Valêncio. Simone assinalou a falta de registros bibliográficos do movimento feminino no estado e em grande parte do país. “Os movimentos de lésbicas e bissexuais do Paraná não possuem um registro para as próximas gerações. Tem muitas mulheres que participaram do movimento e estão registradas apenas por fotos”, comentou Simone.


Foram relatados os primeiros fatos: em 2005 o congresso ABGLT, em 2006 o início do Sepale, junto a criação da Artemis no dia 01 de julho de 2006. “Foi decisão da Artemis fazer o Sepale de dois em dois anos. Desta maneira se tem mais tempo para preparar o evento e obter apoio, pois não é fácil conseguir dinheiro para reunir as mulheres”, explicou Simone.


Às 10h45 a professora Andréia, do Transgrupo Marcela Prado, explicou as diferenças entre a pessoa travesti e a transexual, tanto masculino como feminino. Andréia criticou o modo como a sociedade e a mídia tratam da readequação do sexo biológico. “Não é mudar de sexo, e sim adequar”, pontuou ela complementando que a/o transexual ao buscar a adaptação do genital está apenas adequando o físico ao pisíquico. No caso das pessoas travestis, estas não têm a necessidade da adequação, mas apresentam a identidade de gênero condizente com o psíquico. Durante a fala a palestrante traçou ainda um panorama histórico sobre as cirurgias. No Brasil, por exemplo, apenas em 1998 que iniciam-se os procedimentos cirúrgicos sob a ética do Conselho Federal de Medicina.


Após o café, às 17h, foi o momento em que o grupo mais conversou entre si. A proposta era a seguinte: uma contava alguma situação de violência que tenha vivenciado e, na volta, o grupo formou um círculo e as histórias foram se assomando. No fim, todas constataram ter sofrido basicamente os mesmos preconceitos. Seja pela ditadura da beleza, ou pela não aceitação da família e até por situações constrangedoras no trabalho e algumas na faculdade. Até quem afirmou nunca ter sofrido violência se encontrou pensando o que diria aos pais caso tivesse que contar que havia estado em um encontro de lésbicas. Durante o papo, o grupo compreendeu também que esconder-se atrás do outro também é uma forma de violência, rasteira e silenciosa. E a oficina também outra característica: a de ser mulher. “Ser mulher é postura, é conduta. É como você se coloca no mundo”, opinou Irina.


De encerramento das atividades do sábado as participantes cantaram músicas famosas ao som do violão de Simone Magalhães, e até um som inédito de autoria da cantora. Mas o Sepale ainda não havia acabado...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Polêmico beijo gay no horário eleitoral

NOTA; a redação do blog Alem da Parada sugere a seus leitores que antes de comparecer as urnas leia com atenção as plataformas de seus candidatos. Apoiamos o voto consciente.

(por Dorothy Lavigne)


A falsa polêmica do Beijo Gay no horário eleitoral

*Beijo Gay histórico no horário eleitoral. Aproveite para dar sua opinião.
Relutei muito em apresentar minha opinião sobre este tema, uma vez que estamos num momento de maior efervescência política, as vésperas de uma eleição presidencial, e nosso site prima pela independência e procura alguma imparcialidade. Longe de tentar promover o candidato “fulano” ou “sicrano”, trata-se de um assunto da maior importância e que não poderia deixar de ser comentado: o grande ato de subversão aos valores morais da sociedade judaico-cristã ocidental ensejado pela explicitação de carinho entre homens na propaganda política.

Para os que ainda não sabem, o embate iniciou-se com tal cena indo ao ar às 13 horas, do dia 19 de agosto, durante o programa televisivo do candidato Paulo Bufalo do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), pleiteante ao cargo de governador pelo estado de São Paulo. A idéia original do marketeiro e militante do partido Pedro Ekman era ligar o candidato a idéia de respeito a diversidade em geral, tanto que o casal homoafetivo aparece no meio de varias outras assim chamadas “minorias”, também uma mulher negra está presente, para lembrar a opressão das mulheres e da raça negra, idosos estão presentes e o filme termina com uma criança, provavelmente aludindo a esperança no porvir.




Ora, o conceito acabou “pegando”, para felicidade geral da nação LGBT. O programa do candidato Zé Maria do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), veiculado no dia 27 também acabou indo “na onda”. Prefiro acreditar que não tenho sido uma reles cópia, até por que a diferença temporal entre um programa e outro não possibilitaria, na minha opinião, qualquer forma de plágio. Pra mim fora mera coincidência ambos os partidos terem a mesma cena gravada e terem ido ao ar com certa sincronicidade. Além do que, a segunda propaganda, até onde me consta fora veiculada a nível nacional, em quanto a outra, a nível local.Além do que a propaganda do PSTU não se restringiu a mostrar um beijo gay, mas um séria de várias fotos, iniciadas com um flagrante de casamento entre homossexuais e lésbicas, provavelmente ocorrido durante um ritual na ICM- igreja da Comunidade Metropolitana.

Confira abaixo a versão do PSTU:



Analiso o momento como um marco histórico, sobre vários aspectos. Primeiro que o próprio inventor do comercial do PSOL o teria proclamado como tal. Consta que Ekman teria anunciado no seu Twitter, cerca de 10 minutos antes da atração, "Em dez minutos, a TV (...) de São Paulo vai ver o que a Globo não tem coragem de mostrar nas suas novelas".. Não poderia ser mais feliz no comentário. A mídia em geral nunca mostrou a população LGBT. Apesar de toda um discurso defendido por algumas de nossas lideranças que afirmam que a TV dá “visibilidade” a toda gama de orientações sexuais e identidades de gênero, o que a grande mídia sempre apresentou foi uma “espetacularização”, um “Freakshow” de homens e mulheres “dando selinho”, apenas para vender seus produtos a clientela “descolada”. Nunca mostrou algo parecido pois “o horário não permitia “ (embora cenas de nudez e simulações de sexo heteronormativo nunca tivessem tido qualquer restrição)

Em segundo lugar, a aparição (fantasmagórica para os conservadores e fundamentalistas) de dois homens trocando carícias diante das câmeras no horário eleitoral, é uma vitória, motivo de regozijo para a nossa comunidade. Já se tem notado, e não é de hoje, a valorização do “voto cor-de-rosa”. Os candidatos, finalmente perceberam que gay também vota. Isto por si já seria ótimo, mas a veiculação da imagem de homossexuais no horário nobre, antes da novela global, passa uma mensagem concisa: LGBTs também são cidadãos e por isso, dignos de menção e de sermos lembrados com tais. E agora, TV Globo e concorrente, qual será a desculpa?

Termino minha explanação sobre este que ao meu ver é um marco histórico importantíssimo, denunciando o conservadorismo, digo “retrogradismo” de alguns lideres fundamentalistas, que querem a toda custo tirar tais programas do ar, fundamentados unicamente no desespero imposto pela perspectiva de terem que a admitir os “anormais” e as “aberrações” como cidadãos e cidadãs, com os mesmos direitos e deveres que qualquer outro. É uma pena, algumas pessoas nunca crescem.Consta também que Pedro Ekter teria respondido que a sua intenção original não era somente "chocar a sociedade" mas promover um debate sobre a diversidade. Mas onde ele resolveu fazer isso? NO Brasil?!?

Por hoje é só. Isso é minha opinião pessoal sobre o tema.

Concorda? Discorda? Quer comentar? O espaço é seu, ocupe!