sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sessão Pinkpoca - "Como esquecer" os comentários dos impressionados....

Por Mayara Locatelli


Quando procurei na internet sobre o filme "Como Esquecer", pois queria postá-lo aqui, encontrei muito títulos como "veja beijo lésbico de Ana Paula Arósio" ou "Filme tenta quebrar preconceito". Sou suspeita para falar por dois motivos:

1- porque vi somente o trailer e

2- porque realmente já vi MUITOS filmes gays (quando digo gay englobo tudo: seja homem ou mulher). E se as pessoas estão impressionadas como esta história, devido a um beijo entre mulheres e uma desilusão lésbica, mostra que o Brasil ainda é um retardatário. Não há maneiras de abandonar os comentários sobre a maioria da população que não vê o que está diante de si: um país com muitos, muitos muitos gays.  Se você viu o filme diga sinceramente: o escândalo é pra tanto?

 As atrizes Ana Paula Arósio e Arieta Corrêa, um casal no fime, e a diretora Malu De Martino
 
Mas vamos a sinopse de "Como esquecer", que é o tema do Pinkpoca de hoje:

 "o filme  de Malu de Moraes, narra a história da professora universitária lésbica Júlia (Ana Paula Arósio), que sofre para esquecer a ex-namorada Antônia. Enquanto isto o amigo, também homossexual e viúvo, Hugo (Murilo Rosa) tenta resgatá-la do fundo do poço levando-a para morar no subúrbio do Rio de Janeiro. Inspirado no livro Como esquecer: anotações quase inglesas, de Myriam Campello, o filme nem sequer considera o conflito de sexualidade. O esforço maior da produção concentrou-se em apresentar os sentimentos de pessoas que lidam com a perda, de maneiras diferentes." - fonte sinopse - Correio Braziliense.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sessão Pinkpoca=FCKH8- Como dialogar com homofóbicos



(por Dorothy Lavigne)

Olá, pessoal!

Agora toda sexta-feira é dia de filme no blog Além da Parada, pegue seu acento, pipoca e refrigerante e divirta-se (de forma critica e sadia)!!!



Campanha nos EUA denuncia a repulsiva Proposição 8, que se propõe a meramente restringir os direitos civis dos LGBTs ianques.

Caso não goste de palavrões e imagens fortes, tirem os pimpolhos da sala:



Ironias a parte, segue minha opinião pessoal:

Apesar de toda ironia, precisamos é de uma campanha destas na bela Pindorama (a explendida "Terra das Palmeiras", que os portugueses católicos fizeram o "favor" de "civilizar"), para que nossa população entenda que respeito é uma via de mão dupla. Precisamos de pessoas corajosas por aqui que se proponha a "deseducar" nosso povo tão preconceituoso e preconceituado.

E o leitor, o que acha?
Que tal xingar, "educadamente"?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Preconceito que mata

        Em 2009, 198 homossexuais foram mortos no Brasil, 11 a mais que em 2008 e 76 a mais do que em 2007 - um aumento de 62%. Os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB), fundado em 1980 e o único no país a reunir as estatísticas. Segundo o GGB, de 1980 a 2009 foram documentados 3.196 homicídios, média de 110 por ano. O número tem aumentado na última década. Antes, era um assassinato a cada três dias. Agora, acontece um a cada dois dias.
     O Brasil é o país com maior número de assassinatos. Em 2009 no México, por exemplo, foram 35. Empatado com a Bahia como estado mais homofóbico do Brasil, o Paraná registrou, segundo dados do GGB, 25 assassinatos em 2009: 15 travestis, oito gays e duas lésbicas. Os outros quatro estados mais homofóbicos são São Paulo, Pernambuco, Minas e Alagoas.
     Em meio a tantos crimes será realizada uma Audiência Pública com o tema “Assassinatos praticados contra a população LGBT”. A audiência acontecerá no dia 24 de novembro de 2010, das 14 às 17 horas no Auditório 09 da Câmara dos Deputados, em Brasília.
    Esta audiência tem a promoção da Comissão de Direitos Humanos e Minorias e da Comissão de Legislação Participativa. O evento tem como apoiadores: a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT) e entidades parceiras; Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde; Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids - UNAIDS.
 

Confira a programação:

14h – Abertura

- Deputada Iriny Lopes, Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

- Deputado Paulo Pimenta, Presidente da Comissão de Legislação Participativa

- Deputado Iran Barbosa, Representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT

- Minstro Paulo Vannuchi, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

- Yone Lindgren, Coordenação Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas

- Keila Simpson, Vice-Presidente da ABGLT

- Toni Reis, Presidente da ABGLT


14h30 – Aumento dos Assassinatos praticados contra a população LGBT


Antonio Sergio Spagnol, doutor em Sociologia do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro “O Desejo Marginal”

Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez, coordenador da pesquisa Crimes Homofóbicos no Brasil: Panorama e Erradicação de Assassinatos e Violência Contra LGBT

Érico Nascimento, pesquisador do Núcleo de Estudos da Sexualidade da Universidade do Estado da Bahia (Uneb)

Luiz Mott, antropólogo, historiador, pesquisador, professor emérito do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fundador do Grupo Gay da Bahia e autor do livro Violação dos Direitos Humanos e Assassinatos de Homossexuais no Brasil

16h30 – debate

17h – Encerramento

Obs: Caso você necessite de um convite personalizado, para fins de dispensa do trabalho  ou para conseguir passagens e diárias para ir a Brasília, favor pedir através do e-mail gisele.villasboas@camara.gov.br. Destaca-se que não há passagens ou diárias disponíveis através da organização do evento.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O natural te constrange? (Relato sobre o 8º ENUDS)



(por Dorothy Lavigne)

"Vai tomar no c*!"

Achou a frase ofensiva? Os cerca de 450 estudantes reunidos em Campinas neste ultimo feriadão não acharam, muito pelo contrário. Tanto que o cartaz que dava boas vindas aos que chegavam a 8ª edição do ENUDS (Encontro Nacional Universitário da Diversidade Sexual) era uma composição de fotos de vários ânus, e propunha que se adivinhasse qual pertencia a um gay, um hetero, uma transexual, etc...

Como o tema:"Assimilação X Transformação- políticas de subversão e ciladas dos movimentos sociais" o evento conseguiu de forma magistral alcançar o objetivo ao qual se propunha; ser um espaço de subversão cultural e liberação dos corpos e apresentar criticas ao"conservadorismo das ONGs e instituições ligadas a questão LGBT.

Quando cheguei por volta das 9 da manha de sexta, nem imaginava tudo o que estava prestes a acontecer diante dos meus olhos. Admito não ter aproveitado todos os espaços por que tive que ir constantemente ao alojamento levantar o queixo. Coisa de "curitiboca" bem comportadinha.

Logo na mesa de abertura, um dos oradores resume o que estaria por vir, ao aludir a uma pixação nos muros de Paris no Maio de 68:"Quanto mais faço revolução, mais sinto vontade de amar. Quando mais amo, mais sinto vontade de fazer revolução".

Na noite de domingo, uma festa na boate Orion, o TransENUDS fora palco de um ato político emocionante e inesperado. Estavam previstas na programação várias performances, incluindo um "topless". Porém a milícia dos bons costumes, digo, os seguranças da casa tentaram intervir. Nesse momento, Janaina Lima, militante do Grupo Identidade e uma das organizadoras do evento sobe ao palco para denunciar o ato de repressão, e diante do desafio "O que vamos fazer?" todas as mulheres presentes passaram a mostrar os seios em solidariedade a colega discriminada (vide foto acima, tirada por Manoel Barbosa).

No outro dia, na mesa sobre feminismo, uma professora palestrante, ao sugerir que o Enuds se limitava a um evento acadêmico, recebera como resposta de um dos participantes "O que é academia pra vocês? Pra que tanto antagonismo entre militância e academia? Vamos lutar contra o verdadeiro inimigo em vez de lutar uns contra os outros!"

Houve ainda na segunda feira de manhã uma visita a Fazenda Roseira, importante marco histórico e patrimônio cultural ameaçado pelo "progresso", e que só resiste graças a intervenção direta da Comunidade do Jongo Dito Ribeiro, que resgata parte da tradição negra em meio a construção de modernos complexos habitacionais e shopping-centers.

Pontos altos na programação foram os "oficursos", com oficinas dos quais destaco 3:
" Introdução à Política Queer", apresentado por Richard Miskolci e Leandro Colling; "Os Estigmas da Ditadura no Corpo", coordenado por Jardel Augusto Dutra da Silva Lemos e "Cenas e Imagens Pornográficas: faça você mesmo", coordenado por Fernando Matos e Fátima Regina Almeida de Freitas

Quem não foi e gostaria de saber o que perdeu veja a programação:http://www.identidade.org.br/2010/html/programa/index.html

Agora falarei sobre minha experiência pessoal e o que aprendi durante o evento. Preciso admitir que não consegui estar presente a todos os espaços como já afirmei. As atividades me impactaram por demais, ao ponto de não conseguir sair do alojamento com medo do que poderia ver do lado de fora. Nesse momento consegui perceber o quanto somos reprimidos e anulados em nossos desejos, descobri que temos um corpo e o que podemos fazer com ele. Vi o quanto da minha vida foi jogada fora por causa da repressão social e da falta de coragem de me impor.

O ENUDS mudou minha vida quando, no momento em que as pessoas estavam saindo do alojamento para ir embora, ao ver do lado de fora um grupo de nudistas, criei finalmente coragem e gritei, entre lágrimas: "Gostaria muito de participar com vocês, mas meu corpo não permite [por ser transexual em transição] "

Para mim, o Encontro foi mais que um momento de catarse, um caminho para a libertação de muitos traumas pessoais e a oportunidade de vivenciar um mundo inclusivo que tentamos construir, no qual as pessoas não tenham mais medo de ser o que quiserem ser.

Por fim, caso o ilustre leitor tenha se sentido em algum momento de meu testemunho constrangido ou mesmo violentado em seu pudor, respondo com uma das frases escritas em um dos vários cartazes espalhados pela Unicampi: "Eu vivo a tua vergonha".

Pense nisso. Em 2011, o ENUDS será na Bahia e você também terá sua oportunidade...

Fotos do evento você poderá conferir em http://www.flickr.com/photos/alemdaparada

DESAFIO:

Para quem foi ao ENUDS em Campinas, que tal postar aqui na parte de comentários, como foi sua experiência? Divida com a gente.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Estudantes da UFPR debatem União Civil entre pessoas do mesmo sexo




Na ultima quarta-feira (6 de outubro) a sala Homero de Barros foi cenário de um momento raro na tradicional instituição acadêmica. Dezenas de jovens se reuniram para discutir a questão da união entre parceiros do mesmo sexo, polêmica que tende a se estender em nosso país nos próximos meses, tendo como base uma lei recentemente aprovada na Argentina que equipara juridicamente os relacionamentos homo-afetivos aos considerados por ainda por nossa sociedade como "normais".

O evento, organizado pelo GT de Opressões da ANEL, começou as 19:00 e se findou lá pelas 21:00, mais pela retirada de alguns participantes que tinham aula do que pela falta de debate de qualidade. Ajudou a compor a mesa a professora de Educação Fisica e ex-candidata a Deputada Estadual, Claudinha.

Logo no inicio da discussão foi proposta, como aprofundamento à questão do projeto de lei, uma conscientização sobre a questão das uniões afetivas e as parcerias entre pessoas transexuais e seus companheiros. Afinal, como definir se essas relações são hétero ou homo-afetivas, se juridicamente as identidades de genero fora da norma ainda são consideradas um tabu?

Em suma, a principal polêmica apresentada pelos participante era a se o segmento LGBT deveria se contentar a hipotética aprovação de uma lei baseada no conceito de União Estável, como se propõe a movimento organizado, ou se deveríamos exigir o Casamento Civil, tendo em vista a equidade de direitos em relaçao as uniões hetero-afetivas, sendo que a tendência observada entre os debatentes era pela segunda opção.

Em minha opinião, trata-se de um momento importantíssimo, no qual o movimento estudantil se propõe a trazer de volta a luta pela "Diversidade Sexual", um desafio juvenil, porém responsável e maduro a uma Universidade que em sua propaganda oficial alardeia a tradição por ser a mais antiga instituição de Ensino Superior do pais.

Parabéns ao jovens!!!!

*Em tempo: a ANEL ( Assembléia Nacional dos Estudantes- Livre) é uma organização nacional e apartidária, criada a cerca de 2 anos por dissidentes da UNE, e que criticam a falta de debate consistente e de atuação desta última, não só quanto à questão LGBT, mas em interesses dos próprios estudantes. Desde o Congresso Nacional dos Estudantes, no qual a ANEL foi criada, é questão de honra para a organização debater e conscientizar a classe estudantil para questões ligadas às opressões em geral, criando espaços nos quais militantes LGBT, negros, mulheres, minorias religiosas, etc, podem trocar experiências. Este espaços de debate de uma forma geral, costumam ser os mais badalados e participativos nas Assembleias da entidade, afinal, todos sofremos na pele algum tipo de preconceito, certo?

domingo, 3 de outubro de 2010

Campanha pela igualdade social :envolva-se, surpreenda-se e mova-se

A cantora Cindy Lauper lança campanha nos EUA sobre igualdade social: o Give a Damn (saiba mais neste vídeo). É um projeto da True Colors Fund, no qual Cyndi Lauper é responsável. A True Colors trabalha para inspirar e envolver a todos na promoção da igualdade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, movimento no qual Cyndi está envolvida há décadas. Como a cantora diz, "se um de nós não é igual, nenhum de nós o é".

Abaixo algumas informações disponibilizadas pelo site :

"O Give a Damn é uma campanha para todos que se preocupam com a igualdade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros no âmbito social.

Se você já é um apoiante ativo, quer mostrar sua solidariedade pela primeira vez, ou não tinha dado a igualdade muita reflexão mas agora quer aprender mais, nós estamos aqui para ajudá-lo informando sobre as questões e obtendo envolvidos, em um ritmo que funciona para você. Você encontrará muitas informações úteis ao longo deste site. Informações que vão envolvê-lo, surpreendê-lo e movê-lo. Também vai encontrar maneiras de atuar e demonstrar o seu apoio, incentivando os seus colegas heterossexuais a mostrar o apoio deles também.

Como dissemos, a campanha  Give a Damn é para todos. Porque a única maneira que podemos realmente alcançar a igualdade  é se todos se informarem e se envolverem. Por isto tudo o que você ler, ver ou encontrar aqui que considerar interessante, compartilhe com as pessoas conhecidas!




Mas a coisa mais fácil que pode fazer é levar 30 segundos para se juntar à campanha. Assim nos deixará personalizar o site para você e mantê-lo atualizado sobre as últimas novidades e maneiras de se envolver, através de informativos como o nosso boletim eletrônico mensal. O lugar para ficar informado e envolvido a cerca de gays, igualdade, lésbicas bissexuais e transgêneros".