quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Estudantes da UFPR debatem União Civil entre pessoas do mesmo sexo




Na ultima quarta-feira (6 de outubro) a sala Homero de Barros foi cenário de um momento raro na tradicional instituição acadêmica. Dezenas de jovens se reuniram para discutir a questão da união entre parceiros do mesmo sexo, polêmica que tende a se estender em nosso país nos próximos meses, tendo como base uma lei recentemente aprovada na Argentina que equipara juridicamente os relacionamentos homo-afetivos aos considerados por ainda por nossa sociedade como "normais".

O evento, organizado pelo GT de Opressões da ANEL, começou as 19:00 e se findou lá pelas 21:00, mais pela retirada de alguns participantes que tinham aula do que pela falta de debate de qualidade. Ajudou a compor a mesa a professora de Educação Fisica e ex-candidata a Deputada Estadual, Claudinha.

Logo no inicio da discussão foi proposta, como aprofundamento à questão do projeto de lei, uma conscientização sobre a questão das uniões afetivas e as parcerias entre pessoas transexuais e seus companheiros. Afinal, como definir se essas relações são hétero ou homo-afetivas, se juridicamente as identidades de genero fora da norma ainda são consideradas um tabu?

Em suma, a principal polêmica apresentada pelos participante era a se o segmento LGBT deveria se contentar a hipotética aprovação de uma lei baseada no conceito de União Estável, como se propõe a movimento organizado, ou se deveríamos exigir o Casamento Civil, tendo em vista a equidade de direitos em relaçao as uniões hetero-afetivas, sendo que a tendência observada entre os debatentes era pela segunda opção.

Em minha opinião, trata-se de um momento importantíssimo, no qual o movimento estudantil se propõe a trazer de volta a luta pela "Diversidade Sexual", um desafio juvenil, porém responsável e maduro a uma Universidade que em sua propaganda oficial alardeia a tradição por ser a mais antiga instituição de Ensino Superior do pais.

Parabéns ao jovens!!!!

*Em tempo: a ANEL ( Assembléia Nacional dos Estudantes- Livre) é uma organização nacional e apartidária, criada a cerca de 2 anos por dissidentes da UNE, e que criticam a falta de debate consistente e de atuação desta última, não só quanto à questão LGBT, mas em interesses dos próprios estudantes. Desde o Congresso Nacional dos Estudantes, no qual a ANEL foi criada, é questão de honra para a organização debater e conscientizar a classe estudantil para questões ligadas às opressões em geral, criando espaços nos quais militantes LGBT, negros, mulheres, minorias religiosas, etc, podem trocar experiências. Este espaços de debate de uma forma geral, costumam ser os mais badalados e participativos nas Assembleias da entidade, afinal, todos sofremos na pele algum tipo de preconceito, certo?

Um comentário:

  1. Muito bom Doty!!!
    Esta muito bom mesmo seu blog!!! estamos te apoiando e lutando ao seu lado... venha conosco sempre =)
    Você sempre será o orgulho trans-LGB, vitória do movimento estudantil.
    Um abraço
    de sua camarada de luta
    tAiO

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