terça-feira, 24 de agosto de 2010

Preconceito sexual é debatido na UFPR.


Convivendo com o preconceito dentro da universidade, a transexual Dorothy Lavigne Gyorf teve de trancar uma das matérias do curso de História. “Eu pedi para que o professor me chamasse pelo meu nome de gênero (nome escolhido). Ele negou o meu pedido, me senti constrangida e decidi não comparecer mais à turma”, comenta. Para evitar situações como essa, o Centro Paranaense de Cidadania (Cepac) e o Partido Acadêmico Renovador (PAR), ligado ao centro acadêmico de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), promovem nesta semana o seminário “UFPR Fora do Armário”.

O convite a todos os estudantes universitários divulga a diferença entre os grupos sexuais, banalizados muitas vezes por uma sociedade sem conhecimento sobre o assunto. Outro tema polêmico debatido são os direitos dos homossexuais, restringidos a dezenas de itens pela legislação nacional. “O principal objetivo deste evento é tentar proporcionar mais conhecimento para a população, na tentativa de mudar certos mitos que a sociedade criou ao longo dos anos”, afirma o presidente do Cepac, Igor Francisco.

A transexual Carla Amaral, presidente do movimento Trans­­­grupo Marcela Prado, afirma que a falta de oportunidade leva muitos travestis e transexuais à prostituição. “Há exclusão familiar, social, falta de formação e de oportunidades de trabalho. A prostituição, para a maioria, se torna uma solução dos problemas que essas pessoas passam”, destaca. Para Carla, a situação no meio acadêmico hoje é muito melhor do que há 10 anos. “Temos um número crescente de transexuais que estão inseridos dentro de uma faculdade e que adentraram na instituição com sua identidade de gênero”, destaca.

Segundo o membro do Con­selho Estadual de Direitos Hu­manos, Márcio Marins, somente a criação de leis antidiscriminatórias não seria o suficiente para garantir o pleno exercício da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). “Além das leis, precisamos de um apoio das instituições de educação, sejam elas de forma psicológica, social, etc. Temos que realizar um trabalho integrado, pois é errado pensar que direitos não devem ser respeitados somente pelo fato de uma pessoa ser diferente”, destaca.

Fonte:gazetadopovo.com.br

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