sábado, 28 de maio de 2011

Polêmica envolvendo kit anti-homofobia é justificável?



Após assistir ao material, a presidente do Brasil suspende a veiculação e Ministério da Educação pretende refazer o kit do projeto. Confira os vídeos na matéria e avalie se a declaração de Dilma Rousseff é válida ou não

   


Em 25 de maio a presidente Dilma Rousseff tomou uma decisão que chocou o público LGBT. Dilma suspendeu o kit anti-homofobia, que faz parte do projeto Escola Sem Homofobia, por afirmar que o material realiza "propaganda de opções sexuais" (para ouvir mais da declaração, confira o vídeo abaixo).


O kit iniciou há três anos com elaboração conjunta de mais de 500 pessoas de todas as regiões do país e foi conduzido por instituições de renome como Pathfinder do Brasil, ECOS (Comunicação em Sexualidade) e Reprolatina (Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva). O Projeto Escola Sem Homofobia também possui parceria do Governo Federal. 

O resultado dessa pesquisa - o Kit Escola Sem Homofobia com os respectivos vídeos  Probabilidade, Encontrando Bianca e Torpedo  - foi avalizado pelo Conselho Federal de Psicologia, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura), pela UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas em HIV / AIDS), entre outras entidades nacionais e internacionais.


Como resposta a suspensão das gravações, o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) enviou uma carta aberta a Dilma Rousseff. No texto, Toni Reis reafirma as conquistas do movimento no mandato da presidente mas também relembra a suspensão do kit anti-homofobia, que foi realizada sem a consulta dos Ministérios envolvidos, inclusive o próprio Conselho Nacional LGBT, e/ou demais pessoas diretamente envolvidas com o assunto. "Não queremos 'propaganda' da nossa 'orientação' sexual e nem da nossa identidade de gênero. Nunca pedimos isso. Todo mundo sabe que somos lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Essa carta é uma reivindicação baseada nos compromissos afirmados por seu governo e nas garantias fundamentais da Constituição Federal", declara Toni Reis.

De acordo com site G1, O Ministério da Educação pretende refazer o kit do projeto “Escola sem Homofobia” e distribuir  para professores de turmas de ensino médio em mais de 6 mil escolas ainda neste ano.

E você, o que acha sobre a proposta kit sem homofobia? Você concorda, ou não, com a declaração da presidente Dilma Rousseff?

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nada como sentir na pele...

"Apesar de tudo, ainda acredito na espécie humana"
(Anne Franck menina judia assassinada pelos nazistas)

Hail Mott!!!

Venho neste espaço denunciar algo muito triste e revoltante que ocorreu a minha pessoa e gostaria de fazer alguns apontamentos.
Resolvi escrever este artigo por vários motivos, mas o principal é o de tirar dúvidas a respeito de uma agressão homo/transfóbica por mim sofrida no ultimo sábado (21 de maio), quando retornava de uma festa de aniversário. E também por acreditar na enorme importância das pessoas que sofrem este tipo de violência tornarem-se portadoras do proprio grito de justiça. Na midia em geral, geralmente este tipo de assunto é apresentado por terceiros, por maus jornalistas que têm o hábito de distorcer a realidade e pior, coisificar os individuos, como se fossemos coisas, meros pedaços de carne, usados como materia para noticia. Espero não ser injusta com ninguém.

Peço desculpas por ter demorado mais de uma semana para publicar este relato, mas se demorei tanto foi pelo fato de que sofri uma terrivel pressão psicológica, a qual foi capaz de fazer fugir as palavras. E por que trata-se de um tema que não se pode apresentar com exatidão, mesmo usando todas a palavras do mundo.



Voltava apressadamente por volta das 4 horas da manhã junto a alguns companheiros, de uma festa de aniversário que havia ocorrido no Largo da Ordem, centro histórico curitibano e espaço de socialização de jovens que não têm acesso as boates e clubes de classe média, Corríamos pois um colega nosso se apresentava embriagado –nada demais, acredito- e nos dirigíamos a algum hospital ou procurávamos um modo de minimamente colocá-lo num ônibus e despachá-lo para casa em segurança. Foi nesse momento que, ao ver ao longe a aproximação de algumas pessoas, me adiantei para pedir socorro. Não sabia mas quem vinha pela rua escura (estávamos na altura do Cemitério Municipal) era meu algoz. Tinha o sangue nos olhos, as faces retorcidas pelo ódio, o ímpeto de descontar sua ira contra um alvo mais fraco.

A cena que seguiu sinceramente gostaria de esquecer. Aos gritos de “vou bater num viado, começando por esse aqui”, veio na minha direção. Tentei fugir, mas ao virar as costas senti o peso do primeiro chute, covarde, nas costas, e meu corpo caindo na calçada. Neste momento, só pensei em seguir a Cartilha : defender a cabeça e os pontos vitais, enquanto gritava pedindo por socorro e clamando misericórdia por parte dos agressores (foram 3 pelo que me contaram, na ânsia por me defender só conseguia enxergar um deles), pedia perdão desesperadamente pelo crime que havia cometido- o crime de ser “viado”, ao mesmo tempo em que jurava minha improvável inocência- por ser “trans” trajava vestimentas do “sexo oposto”, “escandalosas”, como diria a minha mãe (afinal a culpa é sempre da vítima).

2 dias depois, ainda sem rumo , transtornada pelo choque da violência e sem saber para onde me dirigir e o que fazer, fui a faculdade e lá encontrei com alguns amigos, que, indignados pela situação resolveram me acompanhar na via crucis burocrática. Passamos, em primeiro lugar, na PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis) da UFPR, que não tomou rigorosamente providência nenhuma. Apesar de não estar devidamente matriculada neste semestre, o que foi pedido a instituição UFPR, não era nada além de um atendimento humanitário a alguém que precisava de um apoio simples. Como meus amigos também estão inscritos no que se convencionou como segmento LGBT, temíamos discriminação ou mesmo truculência por parte da policia quando fossemos a delegacia (o que de fato aconteceu). Mas até mesmo a isto a instituição se negou, alegando problemas burocráticos.

Não teríamos conseguido sequer registrar o Boletim de Ocorrência se não fosse a presença do professor Pedro Bodê, cujo nome faço questão de incluir no meu relato, juntamente com meus sinceros aplausos e minhas Moçoes de Louvor. O atendente do 1º teve a falta de humanidade de se negar a nos atender e registrar o caso, alegando DP que não poderia fazê-lo a menos que reconhecesse o agressor. Ora, não é função da Polícia investigar? Estamos pagando pesados impostos, para que as instituições façam “corpo-mole” ajudando na fuga desse tipo de criminoso, que, alias, faz o serviço sujo do sistema, tirando os ‘viados’ de circulação? Fico pensando nos inúmeros casos de travestis que alem de terem que se contentar com a imposição da prostituição como ganha-pão, ainda ficam a mercê de atentados deste tipo, surras com extintor, pauladas de desconhecidos, tiros, assassinados. E sempre a culpa é delas que “aprontam”.

Em meio a vociferações, ameaças simbólicas e abusos de poder, só fmos atendidos na delegacia quando entrou o professor, junto com um advogado ligado a Comissão de Direitos Humanos. Ai só faltou o delegado nos oferecer cafezinho...

Ora, sabemos que estes casos costumam ficar impunes no nosso pais. Mas na minha concepção, e posso estar muito enganada. Ao me permitir fazer a queixa os policiais não estaria me prestando nenhum favor, pelo contrário, além de serem pagos com dinheiro do contribuinte (mal pagos, muitas vezes, façamos a justa ressalva) ainda teriam com meu relato a oportunidade de prender um provável futuro assassino ou genocida homofóbico, caso houvesse vontade política. Foi pensando nisso, que numa espécie de “dever cívico” de denunciar um maníaco perigoso (vai que, em vez de um ‘viado’ ele pegue o filho de um Policial Civil, por engano), que me dirigi a delegacia.

No outro dia fui com meus amigos e o advogado fazer o exame de Corpo de Delito. Mais uma vez tive que deslocar pessoas, pois tinha medo de ser discriminada, ou de ouvir comentários “carinhosos” como aquele que teve de ouvir um colega nosso, agredido a anos atrás, da boca de uma enfermeira- “agora, vê se aprende”; ou talvez até algo pior, já que no recinto do consultório o médico teria acesso ao meu corpo. Mas tudo transcorreu como de praxe. Minha suposta identidade de gênero em momento algum fora respeitada. “’nome social’, o que é isso, mesmo?” . Mediram com uma régua os meus ferimentos, com o mesmo grau de humanidade e com o mesma objetividade científica que se mede uma rua ou um pedaço de carne. Mas, como disse, fora apenas um exame de rotina.

Só não entendo por que ate agora nem o SUS nem o IML conseguiram me garantir acesso a um raio-X do nariz, que creio ter sido fraturado. E agora permitam voltar a minha subjetividade. A uma semana que não consigo me olhar no espelho. Meu nariz torto é um símbolo, uma marca de que a “Milicia Heteronormativa” conseguiu fazer seu trabalho infame no meu corpo. Meu rosto é um aviso muito claro aos meus companheiros: “Cuidado, você pode ser o próximo”. Se o objetivo desse verdadeiro grupo de torturadores era me atingir psicologicamente e moralmente, acertaram em cheio. Tenho medo de sair a noite e até durante o dia. Deixei de freqüentar alguns eventos na faculdade, com medo de ser novamente agredida, ou me expor a alguma chacota por parte de algum colega homofóbico, politicamente correto o bastante para não destilar seu preconceito na minha frente. Cada hora do relógio, depois que o sol se põe é como um lembrete de que outro agressor, ou o mesmo, pode estar se aproximando. Ainda hoje pela manhã, quando voltava do supermercado, me vi correndo em direção a um grupo de estudantes, pois tive a sensação de estar sendo seguida por um individuo suspeito.

Vejo-me ainda mais revoltada com a situação, pois a menos de uma semana do caso de violência a que fui submetida, o Kit contra a Homofobia (que prefiro chamar de Kit anti-hipocrisia) fora cancelado pela President@ Dilma. Tenho longas criticas a fazer ao material, mas essa negativa me negaria, como profissional da educação de explicar aos meus alunos assustados o porquê da violência e a crise que sua professora estaria sofrendo. É terrível e assustador vivermos num pais no qual bandidos armados e comcerteza da impunidade, se vêm no direito de espancar outros cidadãos por motivo absolutamente torpe e não podemos sequer falar sobre a assunto por ser um “tabu” e as “criancinhas”, estudantes secundaristas criadas assistindo BBB (algumas delas serão futuramente espancadas sem saber o motivo) ,não podem discutir ‘homofobia’ em sala-de-aula.

Apoio e vejo a importância vital de se criar estatísticas cada vez mais apuradas sobre o campeão mundial de homofobia (Brasil) , mas preciso desabafar. Uma coisa é ler números frios num pedaço de papel. Outra totalmente diferente é sentir o coturno pesado do agressor, no exato momento em que desfigura violentamente o nosso rosto. Uma coisa é ter acesso a trabalhos acadêmicos que tentam explicar a motivação homofóbica de tais crimes. Outra é sentir a dor das correntadas nos braços enquanto nos agachamos junto a parede, em posição fetal, implorando por socorro e torcendo e rezando para que os agressores não puxem facas ou revólveres para “terminar ali o serviço” .

Felizmente para mim, meus companheiros acorreram em meu auxilio, me levaram a um posto de gasolina, onde recebi os primeiro cuidados, onde meu rosto foi limpo, onde tentava desesperadamente limpar meus cabelos claros tingidos de vermelho pelo sangue que jorrava de um ferimento profundo na cabeça- a população LGBT é a única que não sabe como será recebida em casa depois de um avento deste tipo e não queria deixar minha mãe preocupada. Muitos não tem essa sorte. Muitos não voltam para casa.

Espero que meu relato sirva de alerta as autoridades (mais um) você sabe onde está seu/sua filho(a)? Estaria ela ou ele procurando alguma alvo frágil para descontar sua raiva, ou sendo espancado covarde e inocentemente, simplesmente por ter um “comportamento” que alguns acham que tem o direito “divino” de punir ? E espero que as autoridades façam alguma coisa para impedir que casos destes continuem acontecendo. Seja como for aprendi da pior (ou melhor) e mais dolorosa maneira a minha grande lição sobre o que é homo/lesbo/transfobia: literalmente na ‘base do porrada’. Espero que o caro leitor ou seus próximos não precise passar pelo mesmo sofrimento.

domingo, 22 de maio de 2011

Pesquisa aponta que maioria dos americanos apóia união homoafetiva


Uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup comprova que a população americana está mudando de opinião quanto a união homoafetiva. Pela primeira vez, a maioria dos americanos (53%) apóia a legalização da união entre casais do mesmo sexo. A pesquisa foi realizada em maio deste ano, por meio de entrevistas telefônicas com 1.018 adultos residentes nos Estados Unidos (EUA).


A pergunta da enquete era: "você acha que o casamento entre casais homossexuais deve ou não deve ser reconhecido pela lei como válidos, fornecendo os mesmos direitos ofertados a casais heterossexuais?".A vitória das respostas afirmativas foi conquistada após 15 anos de pesquisa. A primeira enquete aconteceu em 1996 e mostrou que dois terços dos entrevistados eram contra o casamento  homossexual: apenas 27% eram a favor (mais detalhes sobre a pesquisa, confira no gráfico abaixo).




Uma possível justificativa para o aumento dos dados é a mobilização política em defesa dos direitos de homossexuais. No ano passado,  o presidente Barack Obama assinou uma lei permitindo que gays e lésbicas do exército pudessem revelar abertamente sua orientação sexual, o que contraria a antiga regra estabelecida no meio chamada de "Don't Ask, Don't Tell" (que em inglês significa, "Não Pergunte, Não Fale"). 

No entanto, a questão da legalização da união homoafetiva ainda ocorre a nível estadual. No  momento, apenas cinco estados - Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire e Vermont - e a capital americana - Washington, Distrito de Columbia - aprovaram o casamento entre homossexuais como legal . Os outros 45 estados ainda não oficializaram a união homoafetiva.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Marcha contra homofobia reúne multidão em Brasília

Mais de 5 mil pessoas participaram nesta quarta-feira (18) da 2ª Marcha Nacional Contra a Homofobia, que busca a aprovação do Projeto de Lei 122, criminalizador da homofobia. O número de participantes foi divulgado pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); que organizou o evento realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.


O objetivo da passeata, realizada um dia após ao marco internacional de combate à homofobia, foi chamar a atenção das autoridades e da opinião pública para a realidade opressiva de marginalização, discriminação e exclusão social dos homossexuais em todo o mundo. A Associação também entregou à presidente em exercício da Câmara, Rose de Freitas, um abaixo-assinado com cerca de 100 mil assinaturas em apoio ao projeto aprovado na Câmara em 2006, e em análise no Senado (PLC 122/06).

Segundo o presidente do Grupo Elos LGBT e coordenador da marcha, Evaldo Amorim, os homossexuais buscam igualdade de direitos, o fim da discriminação e da violência. A  cidadania plena, reconhecimento social e respeito também estão na lista de exigências do movimento LGBT. "Somos milhões de brasileiras e brasileiros, ainda excluídos da democracia e sem nossos direitos garantidos pelas leis do País. Com essa manifestação queremos chamar atenção da sociedade e do Estado para que não mais permitam esse tipo de preconceito aos homossexuais", declarou.

Fontes: Cruzeiro do Sul

Terra  

domingo, 15 de maio de 2011

Escola de assassinos

Imagine a cena. Uma criança muito pequena é apresentada a imagem de um veado (animal) na TV e seu primo maior-de-idade se aproxima e pergunta "o que é", "é um viado", responde, "e o que você faz", "Mata!"

Pois bem, pare de imaginar e veja a cena real e revoltante que vazou no Youtube:





Diante desse espetáculo "trash" e lamentável, gostaria de indagar aos nossos políticos e a sociedade brasileira, como nossos adolescentes não podem ter acesso ao Kit Anti-Hipocrisia? Realmente, apresentar esse material e fazer este serviço de utilidade publica a crianças de 12 a 14 anos é um absurdo. Conforme as imagens comprovam, elas precisam ter acesso a isso deste a pré-escola, já que aos 2 aninhos já estão sendo trenadas a agredir e matar por suas "famílias".

Quem vai mostrar esse video no Congresso Nacional-se é que aiinda não o mostraram?

Fica ai i pedido de uma contribuinte "trans" à nossa Frente Parlamentar.

Alías, é essa sacrossanta "familia" que os senhores defendem?

Outros pequenos detalhes na matéria não me passaram desapercebidos. Por que motivo, razão ou circunstância toda vez que o menino dizia "viado", o som era cortado e tocava o classico apito? Quer dizer que para TV Itapoan, "viado" é palavrão? A idéia de "homem com homem" e "mulher com mulher" tem que ter censura?

E a psicanalista, só para variar já saiu falando besteira. Que estória é essa de "eu gestacional", que a criança já "nasce tendo querer" minha senhora? Daqui a pouco vão sair dizendo que "homofóbico já nasce homofóbico".

Por hoje é só pessoal.

Vomitem no saquinho...